"A Transversalidade da Ciência, Tecnologia e Inovações para o Planeta"

5 a 7 de outubro de 2021

Trabalho 14927

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ecologia
Setor Departamento de Biologia Geral
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor José Guilherme Alves de Oliveira
Orientador CARLOS FRANKL SPERBER
Outros membros Moana Teixeira Rothe-Neves, Natállia Maria de Freitas Vicente, Rainieli Aparecida do Nascimento
Título Efeito do rejeito da barragem da SAMARCO sobre a germinação de sementes de Phaseolus vulgaris.
Resumo No dia 5 de novembro de 2015, a barragem de rejeitos de Fundão (Samarco/Vale/BHP Billiton), em Mariana (MG), se rompeu, liberando 62 milhões de toneladas de rejeitos de minério de ferro, que avançaram por todo o rio Doce e planície adjacente. A avalanche de lama cobriu o fundo e trechos das margens do rio Doce com tecnossolo, um substrato predominantemente composto por rejeito, com características químicas e físicas muito distintas do solo existente antes do desastre, e revolvendo o sedimento no fundo do rio, liberando elementos potencialmente tóxicos, provenientes de acumulação histórica decorrente de atividades antrópicas na bacia do rio Doce. Essas alterações podem afetar a sobrevivência da flora, o que poderia levar a uma desmontagem de teias alimentares, com impactos sobre a biodiversidade da região. Nesse trabalho, avaliamos se o rejeito, como substrato, poderia alterar a germinação de plantas. Utilizamos sementes de feijão (Phaseolus vulgaris), pela facilidade na obtenção das sementes e rapidez na sua germinação. Para isso, coletamos rejeito depositado às margens do rio do Carmo, afluente do rio Doce, e solo de local sem a presença de rejeito (controle), às margens do rio Piranga, ambos afluentes do rio Doce. Peneiramos o substrato, determinamos sua saturação hídrica, e colocamos 50 gramas de substrato e água até saturação hídrica em 33 potes para cada nível de substrato (rejeito vs. controle). Plantamos em cada pote três sementes, sorteadas, totalizando 99 sementes no controle e 99 sementes no rejeito. Irrigamos diariamente os feijões, durante 8 dias, de forma a manter a saturação hídrica em cada substrato. Em 27 dos 33 potes controle ocorreu a germinação de sementes. Desses, em 26 todas as três sementes germinaram, em um pote apenas uma semente germinou, totalizando 79 sementes germinadas no controle. Já nos potes com rejeito, em 19 deles as sementes germinaram, sendo que em 18 potes a germinação foi de três sementes e em um pote a germinação foi de duas sementes, totalizando 66 sementes germinadas no rejeito. Como o tempo desde o plantio até a germinação teve apenas um valor ( 09 dias) utilizamos a proporção de sementes germinadas como variável resposta. Para testar a hipótese de que a germinação diferiu entre substratos, fizemos ANOVA ajustando modelos lineares generalizados binomiais para proporções, corrigidos para sobredispersão quando necessário. Houve diferença significativa nas proporções de feijões germinados no controle comparado ao rejeito (F1,64 = 4.1958; p = 0.04463): a germinação foi menor no rejeito do que no controle. Dessa forma, encontramos evidências de que o rejeito tem um impacto negativo sobre a germinação de sementes de feijão, o que provavelmente se estende a sementes de outras espécies de planta. Isto significa que a presença do rejeito pode alterar a flora às margens do rio Doce através da redução da germinação de sementes neste substrato.
Palavras-chave Feijão, rejeito, germinação
Forma de apresentação..... Painel
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