Resumo |
Os recursos hídricos estão diretamente relacionados ao desenvolvimento socioeconômico. Exemplo disso são os corpos hídricos voltados para o abastecimento e distribuição de água, além da geração de energia. Eles devem ser monitorados periodicamente e, para tal, utilizam-se técnicas para reconhecimento do fundo submerso, com fins a estimativas e cálculos de assoreamento dos reservatórios e canais de captação de água. Para realização dessas análises, é imprescindível a realização de levantamentos batimétricos nas áreas de estudo. Por meio deles, é possível estimar os volumes dos corpos hídricos, além de identificar possíveis acúmulos de sedimento. Para isso, é de fundamental importância que as profundidades observadas durante os levantamentos sejam associadas a um referencial de Nível d’Água (NA) para posterior correção, ou seja, redução das profundidades. Dessa forma, realiza-se monitoramento da variação do NA para definição de um plano designado Nível de Redução (NR), empregado para referenciar as profundidades observadas. Entretanto, existem diversas problemáticas relacionadas à definição de NA em rios, sejam eles navegáveis ou não. Assim, o presente trabalho objetiva a proposição, comparação e avaliação de métodos para a garantia da confiabilidade ao definir o nível para a redução das profundidades, buscando o aumento de produtividade no tempo da coleta e processamento dos dados. Foram propostas e avaliadas metodologias alternativas para definição do NA, considerando a extensão e a declividade das lâminas d’água. A primeira, denominada perfil de linha d’água, considera um desnível gradual e linear da profundidade entre pontos de referência. A segunda e a terceira, denominadas zoneamento (degraus) de 5 e 10 centímetros, respectivamente, não consideram interpolação das altitudes do NA entre os pontos coletados e, assim, pequenos planos são criados e delimitados com pequenos desníveis ao longo do curso do rio. As análises foram realizadas a partir de dados de um levantamento batimétrico monofeixe realizado em uma usina hidrelétrica no interior do estado de Minas Gerais. Ao reduzir as profundidades por meio de cada metodologia apresentada, realizou-se a comparação das discrepâncias encontradas, bem como o cálculo do volume e posterior confecção das curvas CAV. Os resultados encontrados comprovaram o impacto na redução das profundidades realizada por cada método, e indicaram que o método que apresenta maior confiabilidade é o perfil de linha d’água, seguido pelos degraus de 5 centímetros. Dessa forma, é possível concluir que as metodologias analisadas se mostraram muito úteis e apresentaram resultados satisfatórios. Ressalta-se, entretanto, que elas são válidas para aplicação em regiões que não apresentem variações bruscas de altitude, como cachoeiras e corredeiras. |