Resumo |
O mofo branco (MB), causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary, é uma das doenças mais destrutivas do feijão comum (Phaseolus vulgaris L.), podendo reduzir o rendimento e a qualidade das sementes. Em cultivares suscetíveis, pode causar perdas de 30% a 100% da produtividade. Essa doença é a mais grave do feijão de outono-inverno, embora também cause danos nas outras épocas de cultivo, sobretudo em regiões altas e no Sul do Brasil. Dessa forma a resistência genética é opção sustentável para o manejo do MB. A resistência do feijão ao mofo-branco é parcial e condicionada a dois mecanismos: escape e fisiológico. O mecanismo fisiológico, que é o objeto deste estudo, está relacionado a defesas da planta que inibem a infecção ou a disseminação do patógeno no tecido do hospedeiro. Assim, utilizamos quatro genótipos com diferentes níveis de resistência ao MB, dois resistentes (A 195 e G 122) e dois suscetíveis (CNFC 10720 e BRS 9461- estilo), avaliamos as principais variáveis relacionadas a fotossíntese. As plantas foram cultivadas em vasos até o florescimento, fase em que foram inoculados através do método de Straw test. Fungos do tipo Ss 17 foram cultivados em ágar batata dextrose e mantidos em câmara de crescimento (24 ° C e fotoperíodo de 12 h), por sete dias. Um plug de ágar (5 mm de diâmetro), contendo o micélio foi removido e usado para inocular a superfície adaxial de folhas de feijoeiro (três folhas por planta). Em seguida, no tempo zero (controle), sete (7PI) e quinze dias após a infecção (15PI), foram mensuradas com o auxílio de um analisador de gases infravermelho (modelo LI-6400XT, LI-COR) a fotossíntese (A), condutância estomática (gs), concentração interna de CO2 (Ci), transpiração (E), eficiência intrínseca do uso da água (A/gs) e a taxa de transporte de elétrons (ETR). Observamos que antes da infecção com MB os genótipos resistentes apresentaram menor A, em relação aos suscetíveis. Porém, aos 15PI a A dos genótipos resistentes foi superior. Mesmo comportamento foi verificado na gs e E no controle e aos 15PI. Quanto a Ci, não observamos diferença significativa entre os quatro genótipos no controle e aos 15PI. Já em relação a A/gs e ETR, não foram observadas aos 7PI, diferença para os genótipos testados. Concluímos que genótipos suscetíveis apresentam maior A e E na ausência de infecção. Porém aos 15PI, esses genótipos apresentam grande queda de A, E e gs, portanto serão menos produtivos e podem chegar à morte da planta. |