Resumo |
O objetivo deste projeto foi fortalecer a Escola Família Agrícola Paulo Freire (EFA) e sua atuação na Bacia do Rio Doce durante a pandemia. A EFA é uma instituição de ensino comunitária baseada na pedagogia da alternância e promotora da educação do campo, que funciona como associação, gerida por membros das comunidades onde estão inseridas. O trabalho foi desenvolvido em conjunto com a coordenação da EFA, sediada no município de Acaiaca, Minas Gerais, e buscou, de forma específica, dar visibilidade para a escola, promover articulações interinstitucionais e facilitar e dinamizar o acesso dos dirigentes e educadores a tecnologias digitais de comunicação e informação. Devido à pandemia, a atuação ocorreu de forma remota, por meio de apoio técnico, pedagógico e tecnológico à direção da EFA e com vínculo direto com o projeto Proater da UFV. A metodologia do projeto consistiu em reuniões virtuais de articulação e assessoria técnica e tecnológica, realização de atividades remotas de apoio à comunicação das escolas, sistematização de documentos e organização e gestão de eventos virtuais, sempre prezando pela autonomia da escola e ampliação das parcerias. As atividades do projeto resultaram na construção das redes sociais da EFA e, assim, em sua inserção no mundo digital, ampliando sua capacidade de comunicação com o público geral. Além disso, o projeto atuou na coordenação e organização da X Semana Paulo Freire, o maior evento realizado pela EFA, que neste ano foi totalmente digital e construído de forma conjunta com diversos parceiros de diferentes municípios e instituições. O evento foi fruto de um movimento, organizado por meio de diversas reuniões entre a EFA, a equipe deste projeto e parceiros, e contou com seminários integrados, tratando de temas como segurança alimentar, educação do campo, povos e comunidades tradicionais, cultura e realidade socioeconômica do território. Outros resultados do projeto se associam com a elaboração e articulação para implementação de projetos para as EFAs, que foram aprovados e estão em curso. Percebe-se que a realidade das EFAs é complexa e precária, pois falta apoio público e estrutura para realização de atividades curriculares e extracurriculares. É importante ressaltar que há grande dificuldades de manter a conexão com os estudantes e, assim, manter o vínculo educativo com eles no momento da pandemia, especialmente pela limitação tecnológica e de acesso à internet enfrentada por eles e pelas escolas. Conclui-se que, apesar das limitações, ampliar as atividades digitais das escolas e sua inserção nas redes sociais, bem como organizar eventos de grande alcance foi estratégico para engajar parceiros, comunidades e estudantes nas atividades da EFA. Conclui-se ainda que o Estado deve garantir apoio à EFA, pois é uma instituição educativa de referência na Bacia do Rio Doce, assumindo papel de promotora do desenvolvimento rural e da luta por direitos aos trabalhadores e trabalhadoras do campo. |