"A Transversalidade da Ciência, Tecnologia e Inovações para o Planeta"

5 a 7 de outubro de 2021

Trabalho 14871

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Botânica
Setor Departamento de Biologia Vegetal
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq, FAPEMIG
Primeiro autor Júnio de Souza Isabel
Orientador ADRIANO NUNES NESI
Outros membros Daniele de Freitas Parma, Kaík Faria de Souza, Marcelo Gomes Marçal Vieira Vaz, Priscilla Falquetto Gomes
Título Variação e evolução da hercogamia em espécies de Cleomaceae: implicações para a evolução da distilia
Resumo Plantas com polinização biótica apresentam diversas estratégias florais que funcionam para influenciar a polinização. Uma das condições mais difundidas é a hercogamia, que envolve variação na distribuição espacial dos órgãos sexuais femininos e masculinos dentro e entre as flores. Sendo assim, a hercogamia é um mecanismo que restringe a autofecundação e as consequências deletérias da depressão por endogamia na aptidão da progênie. No entanto, pouco se sabe sobre as relações evolutivas entre as três formas de hercogamia: aproximação (os estigmas são posicionados acima das anteras dentro de uma flor), reversa (as anteras são posicionadas acima do estigma dentro de uma flor) e recíproca/distilia (ocorrem os dois morfos), ou sobre as transições para uma condição não hercogâmica. Dessa forma, este trabalho objetivou caracterizar espécies de Cleomaceae, uma família que exibe considerável variação na morfologia floral, quanto a presença (ou não) da hercogamia e qual tipo está presente nas espécies. Além disso, usamos uma filogenia molecular, com base no espaçador nuclear ribossômico transcrito interno, para reconstruir a história evolutiva de condições hercogâmicas e não hercogâmicas, para 11 espécies de Cleomaceae e um táxon externo. Hercogamia recíproca (distilia) foi identificada em sete espécies (Cleoserrata paludosa, Gynandropsis gynandra, Tarenaya hassleriana, T. longicarpa, T. spinosa, T, rosea, T. parviflora); hercogamia reversa em apenas uma (T. siliculifera) e a condição não hercogâmica em três espécies (T. aculeata, T. diffusa, T. microcarpa). Na filogenia percebe-se que a hercogamia reversa e a condição não hercogâmica de homostilia (anteras e estigmas da mesma altura) foram derivadas da distilia . As espécies distílicas apresentaram em sua maioria flores com hercogamia reversa, embora entre as famílias de angiospermas, a hercogamia de aproximação seja consideravelmente mais frequente do que a hercogamia reversa. As reduções no tamanho da flor observada em três espécies caracterizaram transições independentes de hercogamia recíproca para homostilia. . No geral, espécies homostílicas possuem flores menores do que seus ancestrais distílicos, assim como verificado no presente estudo. A hercogamia recíproca observada nas espécies estudadas também evoluiu de um ancestral distílico, entretanto ainda não ocorreu o estabelecimento subsequente de incompatibilidade, o que é dependente de várias forças seletivas. As espécies estudadas possuem as três principais condições hercogâmicas, e esta diversidade fornece uma oportunidade para avaliar até que ponto a variação nos traços florais pode estar associada a transições evolutivas entre as condições hercogâmicas. No entanto, uma maior amostragem é desejável para determinar a extensão da variação intraespecífica nos traços florais, uma vez que os polinizadores, ou sua ausência, também desempenham um papel importante na condução das transições entre as condições hercogâmicas e não hercogâmicas.
Palavras-chave Distilia, filogenia, heterostilia
Forma de apresentação..... Painel
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