Resumo |
O desmame é um período abrupto na vida dos leitões, ocasionando diversas mudanças na fisiologia, morfologia e microbiota do animal. O óxido de zinco (ZnO) é utilizado em dieta de leitões desmamados por gerar benefícios sobre o desempenho, consumo de ração e redução da incidência de diarreia. No entanto, sua utilização na produção animal tem sido relacionada ao aumento da prevalência de bactérias resistentes aos antimicrobianos e a efeitos ambientais negativos. Assim, a Comissão Europeia decidiu, em 2017, banir o ZnO como promotor de crescimento, em dietas de suínos. Uma possível alternativa ao ZnO é a utilização de probióticos, que quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Os probióticos podem beneficiar positivamente a manutenção do ecossistema intestinal, resultando em melhor saúde intestinal, capacidade antioxidante e imunidade de leitões. Portanto, nossa hipótese foi de que os probióticos A e B poderiam representar uma alternativa à suplementação de ZnO como promotor de crescimento, apresentando melhora no desempenho e morfologia intestinal de leitões desmamados. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito dos probióticos A e B como alternativa ao ZnO como promotores de crescimento para leitões na fase de creche. Foram utilizados 180 leitões com peso médio inicial de 6,2 ± 0,85 kg, distribuídos em delineamento de blocos casualizados, com quatro tratamentos (controle; controle + 2,5 g/kg ZnO; controle + 1 g/kg Probiótico A; e controle + 1,5 g/kg Probiótico B), nove repetições e cinco animais por unidade experimental. Foram determinados consumo de ração médio diário (CRD), ganho de peso médio diário (GPD), conversão alimentar (CA) e peso médio aos 21, 31, 41 e 62 dias de idade. Aos 42 dias de idade, um animal de cada unidade experimental, foi utilizado para coleta de amostras do jejuno e íleo para avaliação morfológica. Os dados foram analisados através do software SAS e submetidos a análise de variância. As médias foram comparadas pelo teste de Tukey e os efeitos foram considerados significativos quando P ≤ 0,05. Não houve efeito (P > 0,05) da suplementação de ZnO, Probiótico A ou Probiótico B sobre CRD, GPD, CA e peso médio nas três fases avaliadas. No jejuno, a altura das vilosidades, a profundidade da cripta e a relação vilo:cripta não foram influenciadas (P > 0,05) pelos tratamentos. No íleo, a relação vilo:cripta dos animais suplementados com ZnO foi maior (P < 0,05) quando comparado ao Probiótico A, enquanto que as dietas Controle e Probiótico B apresentaram resultados intermediários. Não houve efeito (P > 0,05) dos tratamentos na altura das vilosidades e na profundidade das criptas no íleo. Devido aos resultados não significativos para as variáveis de desempenho e morfologia intestinal avaliadas, a suplementação dos Probióticos A e B, não justificam seu uso como alternativa ao ZnO como promotores de crescimento. |