Resumo |
Introdução: Durante a pandemia da COVID-19, são essenciais novas reestruturações no âmbito social e institucional. Estas reorganizações tornam-se ainda mais necessárias nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), espaços de moradia para pessoas com mais de 60 anos¹. No cenário pandêmico, intensificam-se aspectos como medo da doença, distanciamento e sentimento de solidão e abandono no cotidiano de idosos institucionalizados². Nesse contexto, a introdução da música e/ou atividades musicais proporciona interações sociais, recordações e bem estar⁴. Objetivos: relatar a experiência de discentes do curso de Enfermagem sobre a introdução da música como forma de terapia a idosos, em uma ILPI no interior de Minas Gerais, no segundo semestre de 2020, durante a pandemia da COVID-19. Principais ações: O trabalho foi implementado durante um estágio não obrigatório de dois acadêmicos de Enfermagem, vinculados à uma universidade pública federal. Na intervenção, foram utilizados tablets, rádio, smartphones e violão para reprodução de músicas, para sensibilização, relaxamento e terapia aos idosos institucionalizados. Participaram 20 residentes, divididos em 4 grupos de 5 pessoas, entre homens e mulheres, em horários alternados. Os residentes foram dispostos em um ambiente aberto, respeitando o distanciamento. Os acadêmicos estavam paramentados com equipamentos de proteção individual, como forma de evitar qualquer tipo de infecção. A atividade foi fragmentada em 3 momentos: reprodução de músicas por violão; apresentação de cantigas por smartphone e tablets; reprodução de música pelo rádio, sintonizando em um programa de rádio do município, em que foram dedicadas canções aos participantes e todos cantaram juntos. A intervenção durou, em média, 30 minutos por fase, com a presença dos acadêmicos, duas vezes por semana. Resultados alcançados: Com a musicoterapia, foi possível observar que os residentes demostraram satisfação, alegria, bem estar e diversão ao compartilharem suas memórias e músicas favoritas. Os idosos tiveram a oportunidade de desfrutar da criatividade e de fortalecer o vínculo entre os participantes. Ao tocarem músicas e cantarem juntos, o ambiente, que antes era silencioso e indiferente aos acontecimentos, tornou-se rico, alegre e leve. Dessa forma, a música propiciou momentos que farão parte de suas memórias afetivas. Com a implementação dessa prática, observa-se o impacto do canto e das estratégias músico-terapêuticas na manutenção da qualidade de vida desses idosos, favorecendo a autoexpressão, os relacionamentos, melhorando o humor, a cognição e, consequentemente, a vitalidade. Conclusões: Estimular os idosos por meio de canções foi imprescindível para o despertar criativo, auxílio à saúde mental e formação de memória afetiva. Essa vivência descrita aflora, em todos os envolvidos, sentimentos de afeto, reencontro e fortalecimento de vínculo. |