Resumo |
Introdução: No Brasil, as doenças respiratórias que apresentam sintomatologia leve são denominadas Síndrome Gripal. Entretanto, alguns pacientes necessitarão de hospitalização por complicações, e tal quadro é caracterizado como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Há poucos estudos abordando crianças e adolescentes nesse contexto, e torna-se necessário rastrear o perfil epidemiológico, manifestações clínicas, fatores de risco para complicações, hospitalização e óbitos em crianças e adolescentes, especialmente na pandemia pela COVID-19. As notificações dos casos hospitalizados de SRAG são incluídas em um sistema de informação, denominado Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe). Nesse contexto, destaca-se a importância da avaliação dos dados desse sistema para o planejamento das ações direcionadas à essa população. Objetivo: Analisar o sistema de vigilância epidemiológica dos casos hospitalizados de SRAG, entre crianças e adolescentes, no âmbito nacional, no contexto da pandemia da COVID-19. Métodos: estudo ecológico, relacionado à vigilância epidemiológica dos casos hospitalizados de SRAG, entre crianças e adolescentes, no âmbito nacional, durante a pandemia. Foram incluídos todos os casos hospitalizados de SRAG, entre crianças e adolescentes até 19 anos, notificados no SIVEP-Gripe pelos prestadores hospitalares de diferentes regiões do Brasil, durante o ano de 2020. Por se tratar de uma pesquisa que incluiu apenas dados secundários, não nominais e de domínio público não foi necessária a aprovação pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos. Resultados: a coleta de dados iniciou-se recentemente, em 2021/1, e foram obtidos alguns dados preliminares descritivos. Observou-se, no Brasil, em 2020, um total de 65535 indivíduos hospitalizados com SRAG. Destes, 7,7% (n=5007) compreenderam crianças e adolescentes (2% menores de 1 ano, 3,8% entre 1-9 anos, e 1,3% entre 10-19 anos). Quanto à classificação final do caso, 19,1% das hospitalizações por SRAG de crianças e adolescentes foram por COVID-19. Observou-se que 90,8% destes evoluíram para cura, 5,0% evoluíram para óbito e 4,1% ficaram com evolução ignorada. Conclusões: Em relação ao total de hospitalizações por SRAG, felizmente as crianças e adolescentes representaram uma pequena parcela desse total e tiveram, em sua maioria, um desfecho clínico positivo, definido como alta hospitalar. |