Resumo |
Um gargalo econômico na produção e uso de sementes de soja está relacionado a manutenção da qualidade após o armazenamento, que depende das condições iniciais do material analisado e seu potencial de manutenção dessas condições. Testes, como o de envelhecimento acelerado, têm sido comumente utilizados para predizer este potencial, possibilitando a identificação de genótipos superiores. Seu uso exige um grande volume de sementes, o que dificulta a adoção dessa avaliação em programas de melhoramento. Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa foi avaliar metodologias alternativas para o teste de envelhecimento acelerado em sementes de soja. Foram usadas sementes de 12 cultivares de soja disponíveis no mercado: BRASMAX Extra IPRO, DM 75it76 RSF IPRO, DM 82it78 RSF IPRO, BRASMAX Ultra IPRO, BRASMAX Bônus IPRO, BRASMAX Zeus IPRO, BRASMAX Desafio RR, DM 68it69 RSF IPRO, M 7739 IPRO, M 8372 IPRO, TMG 2185 IPRO, 96Y90. As sementes foram submetidas ao teste de envelhecimento acelerado padrão e ao método alternativo onde as caixas Gerbox foram substituídas por copos plásticos e a tela metálica por tecido “Organza”. O trabalho foi conduzido no Laboratório de Sementes e no Laboratório do Programa Soja UFV, ambos localizados na Universidade Federal de Viçosa. O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial simples, sendo o primeiro fator composto pelas cultivares e o segundo pelo teste padrão de envelhecimento acelerado e a metodologia alternativa e com quatro repetições. Foi observado efeito significativo para as cultivares e os recipientes testados, onde cerca de 90% dos genótipos apresentaram comportamento diferenciado nos recipientes (p < 0,05). Ademais, a umidade que as sementes atingiram após o período de confinamento em alta temperatura foi diferente nos recipientes utilizados, sendo que as sementes envelhecidas nas caixas Gerbox atingiram um teor médio de 25,32% e aquelas envelhecidas nos potes plásticos atingiram apenas 18,10%. Certamente, à diferença da distância que as sementes ficaram da água (2 cm na Gerbox e 3,7cm no pote plástico) e à diferença do tamanho dos poros entre a tela metálica (poros maiores) e o tecido organza (poros menores), contribuíram para a desigualdade entre os níveis de umidade observados para cada metodologia. Assim, conclui-se que a câmara de envelhecimento Gerbox não pode ser substituída pelo pote plástico nas condições utilizadas para este experimento. |