Resumo |
Introdução: A Segurança do Paciente vem sendo foco de estudos há décadas e pode ser definida como a redução do risco de danos desnecessários associados à assistência em saúde até um mínimo aceitável. Diante disso, tornou-se necessário estabelecer instrumentos para mensurar a cultura de segurança do paciente. A cultura de segurança pode ser definida como um conjunto de valores, atitudes, competências e comportamentos que determinam o comprometimento com a gestão da saúde e da segurança, substituindo a culpa e a punição pela oportunidade de aprender com as falhas e melhorar a atenção à saúde. Assim, torna-se possível identificar os reais problemas, oferecendo subsídios para desenvolver/melhorar a cultura de segurança do paciente. A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um setor considerado de alta complexidade, tal cenário merece atenção especial no que se refere a segurança do paciente, tornando-se necessário a extinção da cultura punitiva e a implementação de ações efetivas que resultem na redução de eventos adversos. Objetivo: analisar a Cultura de Segurança do Paciente sob a ótica da equipe de enfermagem de uma UTI de um hospital de ensino da Zona da Mata Mineira. Métodos: Trata-se de uma pesquisa quantitativa, de delineamento observacional do tipo transversal, realizada no período de outubro de 2020 a fevereiro de 2021. A população deste estudo respeitou os seguintes critérios de inclusão: ser profissional de enfermagem atuante na UTI durante o período da coleta de dados. Foram excluídos os profissionais que trabalhavam há menos de seis meses no setor e que estavam afastados do cargo por qualquer motivo. Assim, do número total de integrantes da equipe composta por 5 enfermeiros e 20 técnicos de enfermagem, 8 pessoas se recusaram a participar, totalizando 17 participantes da pesquisa, sendo 4 enfermeiros e 13 técnicos de enfermagem. Os dados foram obtidos através do questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture (HSOPSC), que contém 42 questões agrupadas em 12 dimensões: e analisados de forma descritiva utilizando-se o software SPSS versão 23.0. Resultados: A amostra, com média de idade de 41 a 50 anos (41,2%), apresentou maioria feminina (64,7%) e 41,2% trabalhavam entre 1 a 5 anos no setor. Os resultados apresentaram melhor avaliação na dimensão “trabalho em equipe na unidade”. As dimensões com piores avaliações foram: “frequência de eventos notificados”, “trabalho em equipe entre unidades”, “problemas em mudanças de turno” e “resposta não punitiva aos erros”. Conclusão: As respostas dos participantes revelaram importantes fragilidades em relação a Cultura de Segurança do Paciente na UTI, sugere-se a implementação de estratégias para fortalecer uma cultura de segurança no setor, uma delas seria o trabalho de educação permanente com a equipe. Ressalta-se que a avaliação da segurança do paciente é o primeiro passo para uma assistência de qualidade e segura. |