Resumo |
O café arábica (Coffea arabica) corresponde mais de 70% da produção brasileira. No entanto, o ataque de pragas é uma das causas de perda na produtividade. O bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) é uma praga economicamente importante das lavouras de café, podendo causar perdas em torno de 30%, devido as galerias nas folhas, abertas pelas larvas durante a alimentação. O desenvolvimento de variedades resistentes a essa praga, é uma alternativa viável para seu controle. Diferentes níveis de resistência a esta praga foram observados entre as espécies de Coffea. Dessa forma, objetivou-se avaliar o comportamento da infestação de bicho-mineiro em uma população proveniente de material resistente ao bicho-mineiro, a fim identificar genótipos com menor incidência da praga. Foram avaliadas no campo experimental Patrocínio/Epamig no ano de 2019 uma população F2 pertencente ao Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), em parceria com a Embrapa Café e a Universidade Federal de Viçosa. A população era composta por 130 plantas, sendo 128 em geração F2 e 2 testemunhas (Topázio e MGS Catiguá 3). As 128 plantas F2 foram obtidas a partir da autofecundação do híbrido F1 H1097-29, derivado do cruzamento entre Catiguá MG2 e Siriema BM12-CEPCC. As plantas foram dispostas no delineamento de blocos aumentados com espaçamento de 3,5 x 0,8 m. Nenhum método de controle fitossanitário foi utilizado contra bicho-mineiro. Para avaliar a infestação de bicho-mineiro foram adotadas notas de 1 a 5, nota 1 são plantas sem infestação de bicho-mineiro e nota 2 a 5 com bicho-mineiro. Avaliando a infestação de bicho-mineiro a nível de campo, observou-se que 32 (24,6%) plantas apresentaram nota 1, ou seja, sem infestação de bicho-mineiro, 13 plantas com nota 2, 47 plantas com nota 3, 34 plantas com nota 4 e 4 plantas com nota 5. A testemunha Topázio apresentou nota 4 e a MGS Catiguá 3 nota 3, indicando a susceptibilidade desses materiais a essa praga. Ao analisar os dados encontrados é possível inferir que, há diferenças entre as plantas da população quanto ao grau de infestação de bicho-mineiro. Essa variação pode ser explicada pela resistência das plantas, uma vez que a cultivar Siriema apresenta em sua genealogia a espécie C. racemosa, considerada uma espécie resistente a essa praga. Além disso, por se tratar de uma população em processo de melhoramento, as plantas podem estar segregando quanto ao gene de resistência, expressando fenotipicamente plantas resistentes e suscetíveis. Conclui-se que a população apresenta fonte de resistência ao bicho-mineiro, que podem ser utilizados em programas de melhoramento. |