Resumo |
Introdução: Com o envelhecimento é comum ocorrer um decréscimo no nível de atividade física (NAF), podendo o nível de escolaridade (NE) ser um potencial influenciador nessas reduções. Além disso, com a chegada da pandemia da COVID-19, o distanciamento físico somado às outras situações ansiogênicas e estressoras podem ser fatores responsáveis por exacerbar as reduções no NAF e acentuar os riscos de doenças mentais (RDM), como estresse, ansiedade e depressão. Objetivo: Verificar a associação do NAF e NE de idosas com o RDM durante o distanciamento físico causado pela pandemia da COVID-19. Métodos: Estudo experimental e longitudinal com 44 idosas com idade média de 67,3 ± 5,3 anos. Para análise dos RDM foi utilizado o Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20), sendo que o instrumento foi aplicado em forma de entrevista em três momentos: presencialmente, em fevereiro de 2020, logo antes da pandemia, e por telefone, em agosto de 2020 (180 dias de distanciamento físico) e em fevereiro de 2021 (1 ano de distanciamento físico). Para o NAF foi utilizado o questionário internacional de atividade física (IPAQ) versão longa, que foi aplicado por meio de entrevista em forma presencial antes da pandemia e por telefonemas durante a pandemia, com uma periodicidade de 2 meses entre as aplicações sendo realizada da seguinte forma: nos meses de fevereiro de 2020 (antes da pandemia), maio de 2020 (durante a pandemia), agosto de 2020 (durante a pandemia), novembro de 2020 (durante a pandemia) e em fevereiro de 2021 (durante a pandemia), realizando assim um acompanhamento de 1 ano de controle do NAF das idosas por meio deste questionário. Para o NE foi utilizado um questionário socioeconômico. Resultados: Aumento significante no número de respostas positivas para RDM entre os dois momentos analisados (p = 0,002), indo de 7 (16%) em fevereiro, para 17 (36%) em agosto, durante a pandemia, com um risco relativo (RR) de 3,02. Quanto ao NAF, houve um aumento significante com tamanho de efeito (TE) grande do número de sujeitos 3 (7%) com NAF baixo em fevereiro, para 20 (45%) em agosto (p = 0,0001) e uma redução significante com TE grande de 18 (41%) com NAF alto em fevereiro, para 4 (9%) com NAF alto em agosto (p = 0,0001). Houve uma correlação inversa, com TE moderado entre o NAF e a RDM, r = -0,40. Além disso, o coeficiente de determinação mostrou um tamanho moderado (R2 = 0,44) em relação à associação do NAF e NE com o risco de RDM. Conclusões: Durante o distanciamento físico causado pela pandemia da COVID-19 foi observado um aumento na incidência do número de idosas com RDM, e esse aumento teve uma associação inversa de magnitude moderada com a diminuição do NAF e o NE. |