Resumo |
O baru (Dipteryx alata Vog.) é uma fruta pouco explorada, nativa do Cerrado, utilizada como alimento e com fins medicinais pela população regional. Para contribuir com a valorização socioeconômica do bioma, este estudo tem como objetivo caracterizar óleo de baru em função da sua estabilidade térmica e oxidativa, propriedades físico-químicas, cor, viscosidade, perfil de triacilgliceróis e quantificação de compostos bioativos. O óleo de baru foi obtido por prensagem à frio, e foram determinados o teor de ácidos graxos livres, a umidade, os índices de peróxido e de refração e a densidade de acordo com o padrão da AOCS (2009). A cor do óleo foi avaliada usando um espectrofotômetro e os resultados expressos no sistema CIELAB e a viscosidade do óleo de baru foi obtida utilizando reômetro rotativo. Os teores de compostos fenólicos totais (TPC) e de carotenoides totais foram determinados pelo método Folin-Ciocalteau e por espectrofotometria UV-Vis Perkim-Elmer, respectivamente. Os triacilgliceróis (TAG) foram determinados pelo método AOCS Ce 5-86 por cromatografia em fase capilar. As estabilidades térmica e oxidativa foram realizadas por meio da análise termogravimétrica (TG) e por Rancimat, respectivamente. Todas as análises foram realizadas em triplicata. Os valores de ácido graxo livre, índice de peróxido, umidade, densidade, viscosidade a 40 ° C e o índice de refração foram 0,08% de ácido oleico, 6,69 meq O2 / kg de óleo, 0,03%, 0,92 g/cm3, 32,9 mPa.s e 1,47, respectivamente. As coordenadas colorimétricas obtidas descrevem o óleo com forte tendência à coloração amarela. Foi revelado um perfil de ácidos graxos predominantemente insaturados (84%). Os principais ácidos graxos do óleo de baru são o ácido linoléico (L), ácido oleico (O), ácido palmítico (P) e ácido linolênico (Ln); e os triacilgliceróis predominantes foram POO, POL, OOO, OOL, OLL e LLL. O óleo permaneceu termicamente estável sob aumentos progressivos de temperatura até cerca de 235 °C, e o período de indução de 10,99h. Os teores de compostos fenólicos (282,06 mg EAG. 100 g-1) e carotenoides (10,8 ± 2,79 μg β-caroteno / g) contribuíram para a estabilidade oxidativa do óleo, devido às suas propriedades antioxidantes. O óleo de Baru apresentou boa qualidade físico-química de acordo com os limites estabelecidos pelo Codex Alimentarius para a caracterização de óleos. Os resultados indicam que o óleo de baru pode ser um promissor ingrediente em produtos alimentícios, farmacêuticos e cosméticos. |