Resumo |
A adição de óleo na dieta de equinos é uma suplementação de baixo custo e proporciona incremento no aporte de energia. Além disso, o colesterol tem papel fundamental na estabilidade da bicamada lipídica de células espermáticas reduzindo os danos pelo choque frio. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da inclusão de óleo de soja na dieta de garanhões, quanto a composição corporal (espessura de gordura subcutânea) e congelabilidade do sêmen. O experimento foi conduzido na Unidade de Ensino, Pesquisa e Extensão em Equideocultura do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa. Foram utilizados 4 garanhões saudáveis e em atividade reprodutiva. Previamente à suplementação, os animais foram submetidos à avaliação da mensuração da espessura de gordura subcutânea nas regiões lombar (P1), do músculo glúteo (P2) e da base da cauda (P3) por meio de ultrassonografia modo-B com aparelho ALOKA SSD-500 uma vez por semana durante duas semanas. Também coletas seminais foram realizadas com o auxílio de vagina artificial modelo Botucatu® e manequim artificial. As coletas foram mantidas duas vezes por semana durante duas semanas consecutivas; um dos ejaculados foi utilizado para o processo de criopreservação em cada semana. Após este período, foi incluído diariamente 168,5 ml (1400 kcal) de óleo de soja na dieta dos animais durante 10 semanas e as avaliações foram mantidas duas vezes por semana até o término do estudo. Os parâmetros percentagens de espermatozoides com motilidade total (MT, %), motilidade progressiva (MP, %), velocidade progressiva (VSL, μm/s), velocidade curvilínea (VCL, μm/s) e velocidade de trajeto (VAP, μm/s) do sêmen congelado foram avaliados pelo software CASA (Computer-assited sperm analysis) após descongelamento das palhetas a 37º C em banho-maria. Os resultados foram obtidos mediante software SAS®, utilizando o modelo linear PROC GLM (procedure for general linear models), adotando o nível de significância de 5%. Para as variáveis referentes ao parâmetros de cinética espermática não houve diferença significativa entre os períodos pré e pós-adição dietética de óleo. Já em todos os três pontos de avaliação de gordura subcutânea houve diferença estatística antes da suplementação (P1: 0.65 ± 0.03; P2: 1.07 ± 0.05; P3: 0.94 ± 0.04) e após a suplementação com óleo de soja (P1: 0.8 ± 0.01; P2: 1.49 ± 0.06; P3: 1.23 ± 0.05). Os resultados sugerem o aumento da camada de gordura subcutânea em equinos com a adição dietética de óleo de soja, no entanto não indicaram uma mudança nos parâmetros reprodutivos quanto a congelabilidade de sêmen. Sendo assim, a adição dietética de óleo de soja em garanhões proporcionou aumento de gordura subcutânea que pode refletir melhoria da condição corporal, mas nas condições do estudo não surtiu efeito sobre a qualidade do sêmen criopreservado destes reprodutores. |