Resumo |
Neste estudo, visamos refletir sobre a Pedagogia Freiriana, no que diz respeito à abordagem da Educação Popular em espaços distintos, sobretudo em tempos de negacionismo. O ano de 2021 marca a comemoração do centenário de Paulo Freire, sendo relevante discutir sua vida e obra, sobretudo quanto às premissas da Educação Popular, já que esse autor assumiu a condição de patriota injustiçado, ao arriscar a própria vida para abrir as portas do mundo, da história e da cultura aos analfabetos, oprimidos e excluídos. Sua escolha humanitária custou um exílio que durou 16 anos, mas lhe trouxe o acesso ao mundo e a todos(as) ao mundo dele. A Educação Popular, tão enfatizada na literatura de Freire, sempre esteve pautada no caráter social e político, em defesa da parte excluída e oprimida da sociedade. Ressaltamos que várias práticas da Educação Popular assumem função significativa, não estando restritas a apenas um movimento de construção ideológica - trata-se da orientação das relações sociais e de trabalho, além de ações políticas na realidade concreta, principalmente para reivindicar políticas públicas e melhorias em geral para a realidade do povo. Assim, para a realização do presente estudo, fizemos, inicialmente, um levantamento bibliográfico das obras de Paulo Freire, a fim de evidenciar a importância de seu legado, que sempre foi baseado no princípio da coletividade, ao demonstrar preocupação com todos(as). Percebemos que tal premissa está em inconsonância com o atual sistema no poder, que por sua vez é movido por interesses próprios, desdenhando os pensamentos de esquerda e ditos como comunistas. O estudo está estruturado em dois eixos: primeiramente, realizamos uma contextualização das contribuições de Paulo Freire e de seu legado educacional, sobretudo no que tange a Educação Popular, uma vez que sua vida e obra se concretizou na práxis, enquanto militante, mas acima de tudo de um cidadão, junto aos movimentos sociais e demais espaços formativos. Ainda, no segundo eixo, pontuamos as dificuldades do meio educacional e científico frente a desvalorização e cortes recorrentes por parte do governo atual, explicitando os tempos obscuros que vivenciamos. Desse modo, com a intenção de oferecer autonomia e capacidade crítica aos sujeitos, recomendamos uma compreensão ético-política para assumirmos nossa responsabilidade para/com o “outro”, diante da necessidade de pensarmos o nosso tempo, planejarmos o futuro e construirmos o inédito viável, conforme defendido por Freire. |