Resumo |
Introdução: Após deflagrada a pandemia da COVID-19, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 467, que dispõe sobre a implantação das ações de Telemedicina no Sistema Único de Saúde, permitindo a realização de atendimento pré-clínico, suporte assistencial e acompanhamento de forma remota, por intermédio das tecnologias digitais. Assim, diversos serviços adotaram tal método de atendimento, sobretudo pela possibilidade de reduzir a transmissão desenfreada do Sars-CoV-2, uma vez que o manejo à distância impossibilita a circulação despretensiosa de pacientes, limitando o encaminhamento aos serviços presenciais somente quando necessário. Objetivos: Avaliar a efetividade do serviço de teleatendimento nos cinco primeiros meses de atuação. Métodos: Estudo quantitativo, e descritivo, realizado entre 22 de abril a 31 de agosto de 2020, através dos dados obtidos dos prontuários de pacientes atendidos pelo serviço remoto “Telessaúde-COVID”, pertencente à Rede de Atenção em Saúde de Viçosa. Foram incluídas as variáveis: data de atendimento, data de notificação do caso suspeito, indicação do teste diagnóstico, tipo de teste realizado, resultado do teste diagnóstico e encaminhamentos necessários. Para a análise, utilizou-se o programa Microsoft Excel 2019 e, para a discussão, buscou embasamento da literatura atual, além do fluxograma e manual confeccionados pelo serviço. O estudo compõe um projeto maior, intitulado “A pandemia de Covid-19 no estado de Minas Gerais: uma investigação no âmbito da atenção, da educação, da gestão e da pesquisa em saúde”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição proponente, sob o parecer nº 4.019.269. Resultados: Foram avaliados 1.854 novos pacientes e estimados 8.630 atendimentos totais no período, considerando os teleatendimentos e telemonitoramentos dos casos suspeitos ou confirmados. Do total de atendimentos, 66,4% foram notificados como casos suspeitos de COVID-19 e, destes, indicou-se a realização de teste confirmatório para 62,8%, do qual 76,4% o realizaram. Quanto à testagem, o RT-PCR foi o exame mais coletado (83,4%), seguido do teste rápido imunológico (11,0%); o resultado dos exames foi obtido em 99,7% dos casos, e 14,5% dos indivíduos apresentaram diagnóstico positivo para COVID-19. A maioria dos pacientes (80,4%) não necessitou de atendimento presencial e permaneceu sendo monitorado pelo serviço, 11,9% foram encaminhados para avaliação ambulatorial e 3,1% para o hospital. Conclusões: Os dados demonstraram a importância do Telessaúde-COVID como estratégia central para a suspeição e manejo de casos suspeitos e confirmados do município, visto a possibilidade de acolhimento dos pacientes, a fácil caracterização e resolução dos quadros agudos, a identificação de sinais de alerta e o encaminhamento dos pacientes para o serviço mais adequado. Dessa forma, o serviço torna-se passível de replicação por outros municípios, impactando positivamente na ocupação excessiva dos níveis de atenção em saúde. |