Resumo |
O setor florestal brasileiro mantém atualmente, em regime de produção, cerca de 9,0 milhões de hectares de áreas de florestas plantadas, sendo 77% do total, representado pelo gênero Eucalyptus. As empresas e instituições de pesquisa vêm trabalhando intensamente com seleção e geração de materiais genéticos mais produtivos. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi selecionar as melhores famílias e indivíduos de um teste de progênies de irmãos completos de eucalipto com base no tamanho efetivo populacional, endogamia e ganho genético. O delineamento experimental foi de blocos incompletos, contendo 18 famílias, 75 repetições com uma planta por parcela. No mesmo experimento, 388 clones comerciais de Eucalyptus urophylla × Eucalyptus grandis foram utilizados como controle. Os caracteres avaliados após seis anos de instalação do experimento foram diâmetro à altura do peito (DAP), altura total, volume, incremento médio anual (IMA), e sobrevivência. As análises foram realizadas com base no procedimento genético-estatístico de modelos mistos. Para a otimização de seleção foi feita uma simulação de 30 diferentes cenários, com diferentes tamanhos efetivos populacionais, taxas de endogamia e ganhos acumulados das populações selecionadas corrigidos pela endogamia. As herdabilidades individuais (h2a) e de média de progênies (h2mp) apresentaram valores altos (h2a > 0.50 e h2mp > 0.80), o que indica alto controle genético para os caracteres. A acurácia encontrada ficou acima de 90%, o que demonstra pouca influência ambiental. A família que apresentou o maior valor genético predito foi um híbrido multiespécies entre (E. dunnii × E. grandis) × E. urophylla. O cenário simulado mais indicado para seleção alcançou um ganho genético de 114,53%, para a variável IMA sobre a média do experimento, com uma taxa de endogamia de 3,92%. Tais resultados possibilitam a redução do cruzamento de indivíduos aparentados, maximização dos ganhos genéticos e a transformação do experimento em pomares de sementes por mudas. |