Resumo |
Sabe-se que animais leiteiros potencializam o consumo de matéria seca (CMS) à medida que seu status de mantença, crescimento, produção e reprodução aumentam. O custo com alimentação pode atingir até 70% do custo operacional total (COT) da fazenda, considerado o fator que tem mais impacto no custo de produção.Objetivamos comparar o custo com volumoso (CV) de fazendas leiteiras em sistemas Compost Barn (CB), Freestall (FS) e Drylot (DL). Foram coletados dados de 960 fazendas brasileiras ao longo de 120 meses consecutivos. O nível de produção das fazendas variou de 150 a 8.000 L de leite /dia. A produção de leite foi calculada convertendo a receita das vendas de carne bovina (animais excedentes) ao montante equivalente em leite com a mesma receita e chamada de produção de leite equivalente (PLeq). O CV foi modelado para duas categorias de produção animal: vacas lactantes (VL) e animais não lactantes (ANL). Foi adotado um modelo de regressão linear geral que incluiu os parâmetros lineares e quadráticos e adicionamos o sistema de produção como uma variável fixa para todos os parâmetros testados nesse modelo. Consultor, ano, rebanho e interação rebanho × sistema de produção foram incluídos no modelo como variáveis aleatórias. O CV ($ / fazenda / ano) para VL foi associado quadraticamente (côncavo) com PLeq (P < 0,10; Tabela 3). Os três sistemas tiveram os CV semelhante até 1.000 L/dia de PLeq, o DL teve os CV dentre todos os sistemas, em um uma PLeq acima de 3.000 L/dia. O custo com volumoso para ANL foi associado linearmente com PLeq (P <0,001). De maneira geral, o sistema DL teve o maior custo com forragem por ano, seguido pelo CB e FS. Animais alojados em sistemas DL são mais vulneráveis a situações de estresse térmico, quando comparado aos outros sistemas, devido a exposição diária a fatores climáticos. Desta forma, animais desafiados pelo ambiente podem ter o seu CMS comprometido, ocasionando um elevado escore de sobra de cocho e alto desperdício de volumoso. Além disso, em períodos chuvosos, os animais tem dificuldade para chegarem até a pista de alimentação, pois a área que delimita o cocho geralmente é ocupada por lama. Além da perda de volumoso devido a depressão do CMS, ocorrem perdas por limitações do consumo da dieta, já que a maioria dos DL no Brasil não possuem cobertura sobre o cocho. Nesse caso, a dieta fica exposta a umidade e/ou a altas temperaturas promovendo fermentação indesejada, comprometendo a palatabilidade da mesma. Todas as perdas de volumoso provocado pela depressão do CMS contribuem para um aumento no COT. Baseado em nossos resultados, conclui-se que o DL foi um sistema menos eficiente quanto ao CV anual, enquanto o CB e FS foram sistemas que tiveram menor CV com o mesmo nível de produção de leite. Este índice indica a necessidade de melhorias nas instalações do DL, focando na redução das perdas com volumoso e menor custo com alimentação. |