Resumo |
A cana-de-açúcar pertence à família Poaceae, a qual é reconhecida por seu potencial em acúmulo de Silício. Este elemento é um componente estrutural importante para a cultura uma vez que é responsável por conferir, à planta, maior resistência a fatores que podem afetar sua produtividade e qualidade, como por exemplo os insetos praga. A broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis) é a principal praga que afeta a cultura. O uso de variedades resistentes é uma alternativa para diminuir o uso de defensivos, reduzindo custos de produção e melhorando a sustentabilidade e qualidade da lavoura. Assim, o objetivo desse trabalho foi quantificar o silício presente em folhas de cana-de-açúcar de genótipos previamente caracterizados como suscetíveis e resistentes à Diatraea saccharalis. Para isso, foram utilizados vinte e três clones de cana-de-açúcar, sendo treze caracterizados como resistentes e dez como suscetíveis à broca. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, na Estação Experimental Diogo Alves de Mello, Departamento de Agronomia, Universidade Federal de Viçosa. Utilizou-se o Delineamento de Blocos Casualizados, com quatro repetições. Cada parcela foi composta por um vaso de 7,5L. Com seis meses, cerca de três folhas de cada genótipo foram coletadas e dessecadas em estufa à 65°, durante três dias. O limbo foliar, seco, foi separado da nervura central e triturado no moinho de esferas Tissuelyser. Posteriormente, o material foi peneirado em peneira de 20 mesh para homogeneizar a granulometria das amostras. Em seguida, foram transferidas para o Laboratório de Análise de Dados Químicos Multivariados, onde foi realizada a quantificação do Silício. O material foi submetido ao procedimento elaborado por Kraska & Breitenbeck (2010), adaptado, que consiste na extração e destacamento do silício em solução. A porcentagem do elemento presente em cada amostra foi obtida através da leitura de absorbância, utilizando-se o espectrofotômetro, fixado no comprimento de onda 400,12 nm, associado ao software SpectraSuite. Os dados coletados foram submetidos a uma análise de variância. Não houve diferença significativa para porcentagem de silício (%Si) entre grupos de genótipos categorizados previamente como suscetíveis e resistentes a broca da cana-de-açúcar. Por outro lado, houve diferença significativa (p<0,01) entre genótipos. A comparação entre as médias dos clones foi feita por meio do teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os genótipos RB147590, RB147589 e RB147591, caracterizados como resistentes, apresentaram as maiores médias de %Si, sendo elas: 1,47%, 1,23% e 1,18%, respectivamente. Já os genótipos RB147533, RB057231 e RB047248, caracterizados como susceptíveis, apresentaram as menores médias, sendo elas: 0,55%, 0,76% e 0,81%, respectivamente. A média da %Si entre os genótipos foi de 0,96%. Assim, observa-se que as três maiores porcentagens de silício foram encontradas em genótipos previamente categorizados como resistentes à Diatraea saccharalis. |