Resumo |
Solanum lycocarpum A. St. Hil., popularmente conhecida como Lobeira ou frutado-lobo é um arbusto pertencente a família Solanaceae amplamente distribuído no cerrado brasileiro. Essa espécie apresenta uma enorme importância ecológica por servir de alimento para o loboguará. Para alguns autores, a Lobeira representa possivelmente uma futura cultivar por apresentar frutos comestíveis, muito aromáticos e que, em algumas regiões, servem de ingrediente no preparo de doces. Com efeito, possui ainda importante valor medicinal, atribuindo efeitos calmantes, antiepiléptico, sedativo e antiespasmódico. Em algumas regiões do Brasil, o fruto da Lobeira é comumente ingerido em refeições e utilizado como medicamento para pressão alta, sendo bastante estudado em diversos ramos da medicina. Essa espécie foi aqui selecionada devido à sua estreita relação filogenética com outras importantes espécies de culturas da família Solanaceae, que inclui o tomateiro (Solanum lycopersicum), e sua adaptação a solos extremamente ácidos e com limitada disponibilidade hídrica. O presente trabalhou buscou, portanto, investigar as bases fisiológicas e moleculares que explicam a alta tolerância ao alumínio (Al3+) e a seca observadas em Solanum lycocarpum. A tolerância ao Al3+ em plantas de lobeira foi ainda comparada a uma espécie de tomateiro domesticada (cultivar M82) e a uma espécie selvagem de tomateiro (Solanum pimpinellifolium). Os resultados obtidos até o momento demonstraram que a lobeira apresentou melhor desenvolvimento conforme houve um aumento na concentração de Al3+ em comparação com as outras espécies de tomate aqui utilizados. Aparentemente, plantas de lobeira apresentam crescimento da raiz com respostas dependentes da dose de Al3+. Em adição, quando cultivadas em condições de escassez de água, as plantas de lobeira apresentaram um maior crescimento radicular a despeito da perda considerável e mais rápida das folhas em resposta a ciclos sucessivos de limitação hídrica. Tomados em conjunto, os resultados confirma a maior tolerância a seca e sugerem que o Al3+ possa ser um elemento essencial para o crescimento da planta de lobeira, ao invés de um elemento benéfico. |