"A Transversalidade da Ciência, Tecnologia e Inovações para o Planeta"

5 a 7 de outubro de 2021

Trabalho 14634

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História
Setor Departamento de História
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Lucas Oliveira Ribeiro
Orientador THIAGO HENRIQUE MOTA SILVA
Título O conceito de jihad em crônicas islâmicas da África Ocidental (séculos 17-20)
Resumo Nesta pesquisa, procurei compreender como intelectuais muçulmanos da África Ocidental, atuantes entre os séculos dezessete e vinte, se serviram do conceito de jihad na sua obra. Presente em ambas as margens do deserto do Saara no século dezesseis, o jihad adquiriu cada vez mais relevância entre o sacerdócio islâmico oeste-africano durante os séculos dezoito e dezenove, em decorrência das Revoluções Islâmicas. Os sacerdotes envolvidos com as Revoluções Islâmicas estabeleceram Estados islâmicos em toda a África Ocidental. Para administradores coloniais e para estudiosos europeus de Novecentos, as Revoluções Islâmicas promoveram a ampla islamização das sociedades subsaarianas. A sua conversão ao Islã seria tardia e militarmente constrangida. Tornando-me a crônicas islâmicas oeste-africanas, desejei apreender os sentidos internamente atribuídos ao conceito de jihad. Os documentos de que me servi provieram de localidades e de temporalidades diversas: a Crônica do Sudão, concluída por 'Abd al-Rahmân al-Sa'dî em meados do século dezessete, na atual República do Mali; as Crônicas do Foûta senegalês, escritas por Siré-Abbâs-Soh na década de 1900, na atual República do Senegal; a Crônica dos mandingas de Bijini, interpretada por Al-Hajj Ibrahiima Koobaa Kasama em 1988, na atual República da Guiné-Bissau. Para dar sentido à documentação, compilei e entrecruzei os excertos relativos às campanhas militares e ao jihad. Ao mesmo tempo, recorri repetidamente a uma bibliografia especializada. Apesar de determinados historiadores remontarem a islamização das sociedades subsaarianas às Revoluções Islâmicas, as crônicas de que me servi apontam para o caminho contrário. Os líderes revolucionários dos séculos dezoito e dezenove não ambicionaram, por meio do jihad, converter os seus oponentes ao Islã. Os seus combates guiaram-se, sobretudo, por imperativos econômicos, políticos e sociais. A partir do século dezesseis, sacerdotes muçulmanos oeste-africanos estiveram diante de instabilidades crescentes e relacionadas com o desenvolvimento dos Mundos Atlântico e Saariano. Servindo-se de um idioma familiar, o da Jurisprudência Islâmica, procurariam mitigá-las. Por outro lado, as crônicas permitem que insistamos na longevidade do Islã ao sul do deserto do Saara. Em vez de uma expansão violenta, realizada pela espada, encontramos os sermões de sacerdotes muçulmanos itinerantes, mesmo sob os grandes imanados oeste-africanos.
Palavras-chave África Ocidental, Islã, jihad
Forma de apresentação..... Vídeo
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