Resumo |
A cadeia tritícola nacional apresenta elevada dependência de importação para suprir a demanda interna. Portanto, o conhecimento sobre potenciais genitores é fundamental para o subsídio à programas de melhoramento na formação de populações segregantes, visando o desenvolvimento de cultivares de trigo, principalmente, para a região do Brasil Central que possibilita incrementos significativos nos índices de produção e qualidade da cultura quando associados ao manejo adequado. Neste contexto, objetivou-se com este trabalho selecionar genitores potenciais de trigo baseado em caracteres de produção. O ensaio foi conduzido durante a safra de 2020, no Campo Experimental Professor Diogo Alves de Melo, da Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa - MG. Foram avaliados 23 cultivares lançados a partir de 2001, sob o delineamento de blocos casualizados com três repetições, considerando parcelas constituídas por quatro linhas, com dimensão de 3 m de comprimento, 0,20 m entre linhas e densidade populacional de 350 sementes m2. Os caracteres avaliados foram: altura de planta (AP, cm), tamanho de espiga (TE, cm), massa de espiga (ME, g), número de espiguetas por espiga (NEspE), número de grãos por espiga (NGE), massa de grãos por espiga (MGE, g), massa de 100 grãos (M100, g), peso do hectolitro (PH, kg 100 L-1) e rendimento de grãos (RG, kg ha-1). Por meio do Programa Genes, os dados foram submetidos à análise de variância e agrupamento de médias pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Houve variabilidade genética para a maioria dos caracteres analisados (p<0,01), com exceção do TE. Verificou-se médias de: 90,70 cm para AP, com amplitude de 52,00 cm; 9,91 cm para TE; 2,55 g para ME; 17 para NEspE; 50 para NGE; 1,97 g para MGE; 3,78 g para M100; 74,92 kg 100 L-1 para PH e; 4.756,34 kg ha-1, com amplitude de 3919,67 kg ha-1 para RG. Adicionalmente, os maiores coeficientes de variação experimental, 11,76% e 11,27%, foram verificados para ME e RG, respectivamente, indicando boa precisão experimental. De acordo com suas médias, os cultivares foram separados em dois grupos para ME, NEspE, NGE, MGE e PH, quatro grupos para M100 e RG, três grupos para AP e, um único grupo formou-se para TE. Os cultivares 254, 404, Astro e Tibagi, foram identificados como potenciais genitores. Há possibilidade, com a realização de estudos sobre diversidade genética, de inclusão dos cultivares superiores, em blocos de cruzamento para geração de populações segregantes promissoras de trigo. |