Resumo |
O presente trabalho discorre sobre o analfabetismo tecnológico, cuja temática ascendeu em tempos de pandemia, uma vez que, as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) propiciou, em grande parte das instituições escolares, o prosseguimento das atividades na modalidade de Ensino Remoto Emergencial (ERE). Diante da necessidade de novos saberes tecnológicos, antes silenciados em muitos contextos educativos, o Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas e Formação de Profissionais da Educação (GEPPFOR UFV) promoveu quatro edições de um curso de formação continuada envolvendo as TDICs e suas implicações na prática pedagógica. Tais cursos, buscavam discutir sobre a inclusão de ferramentas digitais nas práticas docentes e, de como poderíamos utilizá-las em um período após a pandemia. Assim, suscitou-se debates de como abarcar tais ferramentas na prática pedagógica com vista a um ensino crítico e reflexivo e que promova uma aprendizagem efetiva atrelada à estas ferramentas. Um total de 60 profissionais da educação e/ou estudantes de licenciatura participaram de uma das edições do curso que foi intitulado como “Metodologias Ativas e Ferramentas Digitas” e que foi estruturado em oito encontros síncronos e atividades assíncronas que debatessem as 40 ferramentas digitais explicitadas ao longo dos encontros que foi desenvolvido no Google Classroom. Ao final do curso foram coletadas impressões desses professores sobre as aprendizagens adquiridas e sobre a importância de abarcar as TDICs nas diferentes práticas de ensino que são desenvolvidas nos contextos educativos. Por meio de um olhar qualitativo, percebeu-se que 80% destes professores, sobretudo, os que trabalham com os anos iniciais apresentam uma certa resistência ao utilizar as TDICs em sua prática docente. As explicações para essa resistência podem ser divididas em três grandes eixos: (i) zona de conforto; (ii) Cursos de formação continuada incipientes e (iii) medo de desafios. Assim, percebe-se a necessidade de desenvolvimento de cursos de formação continuada que mostrem a esses professores que eles não estão sozinhos e que os desafios são partes indissociáveis da profissão docente. Por fim, consideramos que emerge a necessidade de estreitamento de laços entre universidades e escolas de Educação Básica em busca de políticas públicas que possibilitem a oferta de capacitações remuneradas de modo que esse docente sinta-se motivado em sair de sua acomodação e buscar um aperfeiçoamento profissional constante. |