Resumo |
O gás ozônio tem sido investigado como alternativa promissora para a inativação de fungos, inclusive Aspergillus flavus, em diversas commodities agrícolas, afim de evitar a síntese de micotoxinas. Nesse sentido, objetivou-se com o presente estudo determinar o potencial do gás ozônio de inativar A. flavus em milho de pipoca e caracterizar a qualidade dos grãos após diferentes períodos de exposição. Amostras de 3,0 kg de grãos de milho de pipoca foram expostas ao ozônio e ao oxigênio (controle), adotando-se vazão específica de 0,15 m3 min-1 t-1 e concentração de entrada do gás de 16 mg L-1. Os grãos foram acondicionados em um cilindro de PVC com 0,2 m de diâmetro e 0,15 m de altura. O cilindro possuía um plenum com tela metálica a 0,05 m do fundo para sustentar os grãos e promover a distribuição do gás ozônio. Os períodos de exposição ao gás ozônio foram de 0; 6; 12; 24; 36 e 48 h. Para determinar o potencial do ozônio na inativação de A. flavus nos grãos, utilizou-se a técnica do plaqueamento direto em meio de cultura Ágar Aspergillus flavus-parasiticus (AFPA), sem desinfecção superficial dos grãos. Na incubação, adotou-se a temperatura de 30 ºC, por 42 h, com os resultados expressos em porcentagem. Para caracterizar a qualidade dos grãos expostos ao ozônio foi determinado o teor de água e volume de expansão da pipoca. O teor de água dos grãos foi determinado pelo método da estufa, a 103 ± 2 ° C, por 72 h. O volume de expansão foi determinado a partir de amostras de 250 g de grãos utilizando uma máquina Cretors MWVT (Metric Weight Volume Tester) e os resultados expressos em mL g -1. Adotou-se Delineamento Interiramente Casualizado. Inicialmente realizou-se análise de variância e posteriormente teste de Tukey (p<0,05). Verificou-se redução no percentual de grãos infectados por A. flavus depois da exposição ao ozônio, sendo essa tendência mais acentuada à medida que se elevou o período de exposição ao gás, até 24 h. Para os períodos de exposição ao gás de 0; 6; 12; 24; 36 e 48 h foram obtidos percentuais de grãos infectados iguais a 100; 86,67; 53,33; 22,22; 13,33 e 17,78% respectivamente. Não foram observadas variações significativas no teor de água e no volume de expansão dos grãos de milho de pipoca. Nas condições adotadas no estudo, foi possível concluir que o ozônio é capaz de inativar A. flavus, sem alterar a qualidade dos grãos de milho pipoca. |