Resumo |
Introdução. A hidratação oral, modalidade na qual a solução eletrolítica é ingerida espontaneamente ou ad libitum pelo animal, utiliza o trato gastrointestinal para absorção de fluidos, eletrólitos e carboidratos. Ela pode ser considerada a primeira opção em animais que mantêm o reflexo de sucção e deglutição. Em cães, a hidratação oral ad libitum é feita com produtos humanos que têm baixa palatabilidade e fórmulas não apropriadas para cães. Objetivo. O presente estudo teve como objetivo avaliar o volume ingerido ad libitum do repositor hidroeletrolítico contendo eletrólitos, carboidrato e aminoácidos em cães submetidos a restrição hídrica e alimentar. Material e Métodos. Foram utilizados seis cães adultos, com idade entre 1 e 6 anos, machos e fêmeas, em um delineamento Cross Over 6x2, com peso corporal médio de 25 kg, clinicamente saudáveis com base no exame físico, hemograma, exame de urina e bioquímico sanguíneo. Os animais foram submetidos a um protocolo de restrição hídrico-alimentar por 24 horas. Em seguida, os animais foram submetidos aos seguintes tratamentos: Repositor hidroeletrolítico (REO) tinha na composição NaCl, KCl, C4H6CaO4, MgCl2, dextrose, glutamina e palatabilizante; Controle (Água potável). O repositor hidroeletrolítico e a água potável foram fornecidos para ingestão ad libitum durante quatro horas. O volume ingerido pelos animais foi aferido em T2h (duas horas após o início de fornecimento dos tratamentos) e T4h (quatro horas após o início de fornecimento dos tratamentos). Os dados serão avaliados pelos testes de Lilliefors e Cochran & Bartlet para verificar a normalidade dos dados e homogeneidade das variâncias, respectivamente. Em seguida, os dados serão submetidos à análise de variância (ANOVA) com base em um planejamento fatorial de medidas repetidas para verificação dos efeitos dos tratamentos em diferentes tempos de observação e a interação entre tempo e tratamento. Os contrastes de média serão realizados utilizando os testes de Tukey ou Duncan (este para dados que apresentarem coeficiente de variação maior que 15%). Caso os dados não venham atender as premissas de normalidade e homocedasticidade, os dados serão submetidos ao teste não paramétrico de Kruscal- Wallis e o contraste de médias feito pelo teste de Wilcoxon. Foi adotado o nível de significância de 0,05. Resultados. O volume ingerido pelos animais do tratamento REO foi superior ao do tratamento Controle (Água potável). O volume total médio ingerido pelos animais do tratamento REO foi de 1.395 mL, enquanto nos animais do tratamento Controle (Água potável) foi de 384,2 mL durante as quatro horas de fornecimento dos tratamentos. Conclusão. O volume ingerido do REO pelos animais foi 3,6 vezes maior que a ingestão do tratamento Controle (Água potável), demonstrando sua alta palatabilidade. O resultado obtido no presente ensaio abrirá novas perspectivas para o tratamento da desidratação em cães. |