Resumo |
Introdução: O leite materno, por suas características nutricionais, deve ser o alimento exclusivo do bebê, até os seis meses de vida. No entanto, durante o puerpério, podem surgir intercorrências, que necessitam da avaliação e acompanhamento por consultora em amamentação. Assim, em decorrência da pandemia de COVID-19, esse serviço precisou ser reinventado, a fim de manter a promoção da saúde materno-infantil inalterável. Objetivos: relatar a experiência de atendimentos de consultoria virtual em amamentação, devido à pandemia do novo coronavírus. Descrição das principais ações: a consultoria em amamentação foi adaptada, de modo a ser oferecida, em sua maior parte, na modalidade virtual, da seguinte forma: com as gestantes eram realizados encontros por plataformas de vídeo chamada, para fornecer orientações sobre amamentação, apoio e esclarecimento de dúvidas. Logo, com o início do aleitamento, a principal estratégia foi a troca de mensagens, por redes sociais, com envio de fotos, vídeos e áudios, para avaliação da amamentação, aconselhamento, resolução de dúvidas e problemas. Ademais, em situações específicas de dor, desconforto, ingurgitamento e fissuras mamárias, a visita presencial era necessária, sendo realizada com medidas de biossegurança e uso de equipamentos de proteção individual. Resultados alcançados até o momento: os atendimentos geraram relatos positivos das gestantes e lactantes que foram acompanhadas, além de apresentarem boa resolutividade de grande parte dos problemas apresentados por elas. Vale ressaltar que, além das dificuldades relacionadas às questões físicas e fisiológicas da lactação, a saúde mental das lactantes se mostrou afetada, pela situação pandêmica, com a diminuição da rede de apoio, devido ao distanciamento social, medo da contaminação pelo vírus e inseguranças com a amamentação. Desse modo, a consultoria proporcionou às lactantes, maior tranquilidade e expressão de sentimentos de gratidão pelo apoio e empatia oferecidos pela consultora. Entre abril e junho/2021, foram atendidas quatro lactantes, dessas, uma iniciou a consultoria na gestação e uma no puerpério imediato. Duas mulheres iniciaram o atendimento após o terceiro mês de pós-parto. Durante os atendimentos foram geradas uma média de cinco vídeo chamadas por dia, diversos arquivos de mídia (vídeos, fotos), além de acompanhamento por WhatsApp (mensagens, áudios) vinte e quatro horas. Foram realizados três encontros presenciais, em casos de apojadura, correção da pega do bebê e auxílio com a realização da ordenha de leite materno. Conclusões: com a realização da consultoria em amamentação, pode-se concluir que ela se configura como forte aliada à promoção da saúde do binômio mãe-bebê, ao promover o estímulo ao aleitamento materno e diminuir as chances do desmame precoce. Além do mais, foi perceptível que, mesmo em uma situação de pandemia, a prática adaptada e segura é capaz de ser humanizada, qualificada, individualizada e gerar resultados positivos. |