Resumo |
Os ecossistemas de montanha são provavelmente sensíveis ao aquecimento devido à redução progressiva da área com o aumento da elevação. Uma avaliação global dos impactos das mudanças climáticas nesses ecossistemas sugere que eles devem experimentar, durante o século XXI, taxas de aquecimento 2 a 3 vezes maiores do que observado durante o século XX. Espera-se que essas rápidas mudanças na temperatura e em outros parâmetros climáticos nos ambientes com elevada altitude tenham fortes efeitos sobre as comunidades vegetais rupícolas. No Brasil, os inselbergs, afloramentos rochosos isolados de granito e gnáisse, são, assim como outras regiões de montanha, verdadeiros “laboratórios naturais” para o estudo dos efeitos das mudanças climáticas, além de possuírem grande importância ecológica, uma vez que abrigam uma vegetação com elevado grau de diversidade e endemismo. O presente estudo teve como objetivo modelar as potenciais áreas de distribuição da vegetação ligada a esses ambientes e analisar os potenciais efeitos das mudanças climáticas sobre a distribuição dessas espécies no futuro (para os anos de 2050 e 2070). A partir de um banco de dados que contém 14354 registros de espécies retirados de 68 trabalhos sobre vegetações rupícolas do Brasil, foi feita uma matriz de presença e ausência que conta com 4837 espécies coletadas em 140 locais diferentes. Esta matriz permitirá, através do Índice do Valor Indicador (IndVal), a seleção das espécies mais restritas e fortemente relacionadas aos inselbergs. Espécies que apresentarem valor de IndVal superior a 0,6 e nível de significância p = 0,05, serão selecionadas como indicadoras para os modelos de distribuição. Serão extraídos os pontos geográficos de ocorrência de cada espécie indicadora a partir das bases de dados speciesLink, JABOT e GBIF. A partir da base de dados BIOCLIM serão selecionadas as variáveis que apresentarem forte correlação biológica (r > 0,9) com o conjunto de espécies indicadoras através do programa ArcMaps 10.3.1 (ESRI,2015). Os modelos de distribuição de espécies serão calculados através do programa MaxEnt v.3.3, utilizando as espécies indicadoras, as variáveis ambientais selecionadas e as projeções de distribuição das espécies para o presente e para o futuro (2050 e 2070). Os mapas referentes aos modelos obtidos serão confeccionados através do programa ArcMaps 10.3.1. As análises ainda se encontram em andamento, por este motivo, não foi possível apontar quais espécies são melhores indicadoras para elaboração dos modelos de distribuição e assim apontar prováveis alterações na distribuição das vegetações dos inselbergs. |