Resumo |
Para avaliar financeiramente qualquer imóvel rural de maneira convencional, é fundamental realizar análises estatísticas baseadas, geralmente, em dados primários da área em estudo. Da mesma forma, para verificar a viabilidade de execução de um projeto de engenharia de grande porte, é necessário avaliar o impacto ambiental, social e econômico das áreas a serem afetadas. A avaliação econômica, normalmente, é realizada por meio de dados obtidos in loco. Em estudos de anteprojeto, mesmo quando não se dispõe de dados primários, pode ser necessário estimativas de custo de terras para fins de avaliação da necessidade de desapropriação. Diante disso, essa pesquisa objetivou o desenvolvimento de uma metodologia alternativa para cálculo de custos de uso e ocupação do solo, com uso prioritário de dados secundários. Para desenvolvimento desta atividade, a partir de imagens orbitais das áreas a serem trabalhadas, realizou-se uma análise supervisionada no software ArcGIS, de forma a identificar os componentes das mesmas. Foram classificadas zonas de mata, pastagem, pastagem degradada, cultura, edificação, corpos d’água e estradas, a fim de confeccionar mapas de uso e ocupação do solo. Ao mesmo tempo, foram obtidos parâmetros e fatores para estas classes, determinados por meio de dados secundários. Por conseguinte, dispondo destas informações e analisando-as conjuntamente com a estrutura socioeconômica dos municípios estudados, foi possível obter valores finais de uso direto de cada classe, bem como um valor médio por hectare para cada uma das alternativas potenciais. Para avaliar e validar a metodologia proposta, empregou-se como área de estudo três municípios do estado do Maranhão: Arari, Alto Alegre do Pindaré e Chapadinha, onde os autores atuam em um projeto de extensão. Os valores obtidos foram comparados à valores de terras disponíveis para venda nestas regiões. Os resultados iniciais mostraram que a metodologia desenvolvida é, além de simples e de baixo custo, muito promissora. Até agora, alcançou-se valores de onze áreas e, dessa forma, foi possível finalizar a viabilidade financeira das mesmas, identificando os locais mais viáveis para as implantações de obras de engenharia e, consequentemente, descaracterizando as áreas inviáveis financeiramente. |