Resumo |
O consumo de dietas hiperlipídicas e hiperglicídicas está associado ao desenvolvimento da obesidade e suas complicações metabólicas. Nesse sentido, cresce a busca por alimentos com propriedades funcionais que auxiliem no tratamento da mesma. Com isso, surge a chia, uma planta herbácea, que se destaca devido a sua composição química e nutricional. A semente de chia é rica em ácido α-linolênico e possui baixo conteúdo de ácidos graxos saturados. Além disso, contém bom perfil de proteínas, fibras alimentares, micronutrientes e compostos bioativos, tais como fenólicos e carotenoides. Essas características podem conferir efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios. No entanto, ainda são escassos os estudos que exploram os efeitos dos mesmos nos mecanismos de ação na obesidade. Dianteo do exposto, o objetivo do estudo foi avaliar o efeito do consumo da semente e do seu óleo na atividade antioxidante, no estresse oxidativo e na inflamação em ratos alimentados com uma dieta rica em gordura saturada e frutose. O estudo foi conduzido com 40 ratos Wistar e foi dividido em duas fases. Na fase I, os animais foram alocados em dois grupos, controle magro (AIN93-M: n=10), ou high fat high fructose diet (HFHF: n=30) para indução da obesidade, durante 8 semanas. Na fase II, o controle magro continuou recebendo a mesma dieta, e os animais HFHF foram randomizados em três grupos: controle positivo (HFHF: n=10), HFHF + óleo de chia (OC: n=10), HFHF + semente de chia (SC: n=10) durante 10 semanas. Ao final dessa fase, os animais foram eutanasiados por punção cardíaca e foi coletado o sangue, para a avaliação da capacidade antioxidante total (TAC) no plasma, e o fígado, para avaliar a TAC, quantificar enzimas antioxidantes e citocinas pró e anti-inflamatórias. Os dados foram analisados por meio da one-way ANOVA seguido pelo teste de Newman-Keuls (α=0,05), utilizando o programa GraphPad Prism, versão 6.0. As enzimas catalase e superóxido dismutase, não apresentaram diferença (p>0,05) entre os grupos. Em relação a TAC do fígado, houve uma diminuição no grupo HFHF (p<0,05) e os grupos testes não foram eficientes em aumentá-la. Não houve diferença em relação a TAC do plasma (p>0,05). A análise de peroxidação lipídica hepática não apresentou diferença (p>0,05) entre os grupos. A quantificação de óxido nítrico foi maior no grupo HFHF em relação ao AIN-93M (p<0,05), e os grupos testes não foram eficazes em reduzi-lo em relação ao HFHF (p>0,05). A dieta HFHF aumentou os níveis de citocina pró-inflamatória TNF em relação ao grupo AIN93-M (p<0,05), sendo que os grupos testes não foram eficientes na redução da mesma (p>0,05). Não houve diferença entre os grupos na citocina a anti-inflamatória IL-10 (p>0,05). A dieta HFHF mostrou-se eficiente em induzir a inflamação, aumentar os níveis de NO e reduzir a TAC no fígado dos animais. As dietas testes não se mostraram eficientes em reduzir a inflamação e melhorar o perfil oxidativo causado pela dieta HFHF. |