Resumo |
Podemos pensar a escola como um lugar de variedade de ideias e identidades, já que seu espaço é constituído por pessoas que carregam consigo a diversidade. Os documentos que regulamentam a educação no Brasil trazem em seus textos colocações que reforçam esse espaço como um lugar heterogêneo e de construção social. Vemos por exemplo, a Constituição Nacional (1988) situar a educação como ferramenta para exercer a “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”, além de permitir o “pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas”. Outro documento regulador, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (1996) traz como princípio da educação nacional o “respeito à liberdade e apreço à tolerância”. Porém, temos ainda uma resistência no espaço escolar em trazer a temática gênero e sexualidade (prevista nos Parâmetros Curriculares Nacionais – 1997 – como tema transversal) para o currículo com a devida importância. Tratar o estudo de gênero e sexualidade no atual contexto social em que vivemos como necessário e relevante na educação é pensar num futuro com pessoas menos preconceituosas e mais atentas às suas práticas enquanto partes de uma sociedade permeada pela diversidade. “A Educação é vista na contemporaneidade como o caminho para a superação das desigualdades sociais, por meio da formação de cidadãos/ãs críticos/as, éticos/as e conscientes, objetivando sempre a mudança social.” (BELTRÃO, 2015, p.143). Porém, ainda existe um tabu muito disseminado ao pensarmos este assunto como parte fundamental do currículo, esbarrando assim em algumas limitações, como a trazida no Plano Municipal da Educação (2014) de Viçosa/MG, que exclui o tema como relevante no ensino: “não aplicação dos componentes da ideologia de gênero”. Assim, financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), este trabalho de iniciação científica - em fase inicial - tem como objetivo mapear as produções referentes a gênero e sexualidade, e aos efeitos produzidos pela temática nos/com/pelos/as educadores/as diante de situações emergidas nos cotidianos da escola e através disso evidenciar a necessidade de uma política de formação continuada de educadores voltada para a temática pesquisada. |