Ciência para a Redução das Desigualdades

15 a 20 de outubro de 2018

Trabalho 9651

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ciências Biológicas
Setor Departamento de Nutrição e Saúde
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CAPES, CNPq, FAPEMIG
Primeiro autor Brenda Kelly Souza Silveira
Orientador HELEN HERMANA MIRANDA HERMSDORFF
Outros membros Alinne Paula de Almeida, Daniela Mayumi Usuda Prado Rocha, HATANNE CARLA FIALHO MORAES E LIMA, Talitha Silva Meneguelli
Título Consumo de lácteos está inversamente associado a marcadores do estado metabólico e inflamatório em uma população com risco cardiometabólico (estudo PROCARDIO-UFV)
Resumo No contexto de uma alimentação saudável, recomenda-se a ingestão de três porções de lácteos/dia, porém o consumo desses alimentos é baixo em populações com risco cardiometabólico. Além disso, a maioria dos estudos apontam relação inversa entre consumo de lácteos e inflamação subclínica, enquanto que não existe consenso sobre o efeito desses alimentos na adiposidade corporal e no perfil lipídico. O objetivo do estudo foi investigar a relação entre consumo de lácteos (leite, queijo, iogurtes) e marcadores do risco cardiometabólico. Participaram do estudo 295 indivíduos com risco cardiometabólico (123 homens, 172 mulheres, 42 ± 16 anos), atendidos no Programa de Atenção à Saúde Cardiovascular-PROCARDIO-UFV (ReBEC nº RBR-5n4y2g). Dados sociodemográficos, clínicos, antropométricos e do estilo de vida foram coletados mediante consulta ao prontuário. Número de porções de lácteos consumidas por dia foi estimado mediante aplicação de recordatório 24 horas e avaliado segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira. A amostra total foi dividida em dois grupos: os que consumiam menos que 2 porções de lácteos/dia ou 2 ou mais porções/dia. Os exames bioquímicos (colesterol total (CT), LDL, HDL, triglicerídeos (TG), ferritina, proteína C reativa (PCR), glicemia e hemoglobina glicada (Hb1ac)) foram determinados por exame de sangue realizado após jejum de 12 horas no Laboratório de Análises Clínicas da Divisão de Saúde (UFV). O índice HOMA-IR foi calculado pela fórmula (insulina x glicemia)/ 22,5. Para análises estatísticas, foi realizado o teste de Kolmogorov-Smirnov, para avaliar a normalidade dos dados e os testes qui-quadrado de Person e Teste t de Student não pareado para comparação de frequência e médias, respectivamente. As análises foram realizadas no SPPS, v.24, considerando nível de significância de 5%. Como resultados, o consumo de duas ou mais porções de lácteos/dia foi mais prevalente entre as mulheres (38,4% vs 17,1%, p<0,001), entre aqueles com maior escolaridade (32,3% vs 10,3%, p=0,001), solteiros (36,5% vs 22,1%, p=0,007) e não fumantes (34,8% vs 18,3%, p=0,004). Além disso, o grupo que consumiu duas ou mais porções de lácteos/dia apresentou menores médias de perímetro da cintura (100,0 vs 95,8 cm), RCQ (0,9 vs 0,8), RCE (0,6 vs 0,4), glicemia (108,5 vs 125,6 mg/dL), HOMA-IR (2,7 vs 2,0), colesterol total (175,3 vs 225,6 mg/dL), LDL (126,2 vs 104,4 md/dL), PCR (3,6 vs 2,3 mg/dL) e ferritina (150,5 vs 65,9 mg/dL), além de maior média de HDL (57,3 vs 41,4 mg/dL), comparado aos que consumiam menos de duas porções/dia e, considerando p<0,05 para todas as variáveis. Em conclusão, a maior ingestão de lácteos foi relacionada à menor adiposidade, inflamação subclínica, melhor perfil lipídico, glicemia e resistência insulínica em indivíduos com risco cardiometabólico atendidos no PROCARDIO-UFV, sugerindo que o consumo desses alimentos pode ter efeito cardioprotetor e contribuir para o controle das doenças cardiovasculares.
Palavras-chave Leite e Derivados, Doenças Cardiovasculares, Inflamação Subclínica
Forma de apresentação..... Painel
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