Resumo |
Introdução: O excesso de peso é um problema de proporções epidêmicas responsável por causar milhões de mortes no mundo, diminuir a qualidade de vida e gerar altos custos com a saúde. Dentre seus fatores de risco estão diversas variáveis que interagem entre si e aumentam as chances de se desenvolver Doenças Crônicas não Transmissíveis. Objetivo: O presente estudo visou caracterizar e descrever a distribuição de fatores ambientais relacionados ao excesso de peso em adultos no município de Viçosa-MG. Métodos: Estudo transversal de base populacional realizado com adultos de Viçosa entre 2012 e 2013. A amostragem foi realizada por conglomerados, sendo as unidades de primeiro estágio os setores censitários, e em seguida, os domicílios. Sortearam-se 30 setores censitários urbanos dentre os 107 existentes em Viçosa, por meio de amostragem casual simples, sem reposição, utilizando tabelas de números aleatórios. Para a obtenção dos dados foram aplicados questionários e antropometria. O excesso de peso foi caracterizado como Índice de Massa Corporal ≥25kg/m2. Informações sobre estabelecimentos de venda de alimentos e locais para prática de atividade física, foram obtidas a partir da Classificação Nacional de Atividades Econômicas. A distribuição do número de estabelecimentos alimentícios e de locais para prática de atividade física em um raio de 500 m da residência do indivíduo, foi comparada entre pessoas com e sem excesso de peso. Para a análise espacial da distribuição dos indivíduos, utilizou-se a coordenada geográfica das residências. Mapa temático foi utilizado para sintetizar a informação da distribuição espacial do excesso de peso segundo o sexo nos setores censitários estudados. Resultados: A amostra do estudo foi composta por 928 indivíduos, sendo 55,98% mulheres. No total, 424 (45,69%) tinham excesso de peso. Não houve diferença nas prevalências de excesso de peso entre homens (47,98%) e mulheres (43,79%) (p=0,202). A idade média dos participantes foi de 34,92 (DP=12,04) anos e a faixa etária mais frequente foi de 20 a 29 anos (49,63%). Observou-se um maior número de estabelecimentos alimentícios na vizinhança de mulheres sem excesso de peso. Para homens na mesma condição, observou-se maior número de minimercados na vizinhança. Em relação aos restaurantes, verificou-se maior número no entorno da residência de indivíduos sem excesso de peso de ambos os sexos. Quanto aos locais para prática de atividade física, a presença de, pelo menos, um local, foi mais frequente na vizinhança de mulheres sem excesso de peso. Conclusão: Vizinhanças com maior número de estabelecimentos, independentemente do tipo, tem menor frequência de pessoas com excesso de peso. Informações acerca do ambiente alimentar e de prática de atividade física são essenciais no planejamento de intervenções que visem reduzir as elevadas prevalências de excesso de peso não somente em Viçosa, mas também em outros contextos que apresentam resultados similares. |