Resumo |
Atualmente a maior parte da produção brasileira de milho pipoca ocorre na região do cerrado. Os solos desta região são altamente intemperizados, apresentando escassez de nutrientes essenciais, além de possuírem o elemento fitotóxico (Al3+). O mesmo inibe o crescimento das raízes, dificultando a absorção de água e nutrientes, o que causa perda de produtividade. Por outro lado, o uso de técnicas de calagem e adubação aumentam o custo da produção. Assim, uma alternativa frente a esse impasse é o desenvolvimento de plantas geneticamente superiores. Com base nisto, o objetivo deste trabalho foi comparar o teste de coloração com hematoxilina com o crescimento relativo de raiz (CRR) e confirmar a variabilidade genética existente em linhagens contrastantes de milho-pipoca previamente selecionadas com relação à tolerância ao Al. Para isso, foram utilizadas 10 linhagens do Programa Milho Pipoca® UFV, das quais cinco foram caraterizadas como tolerantes ao Al, por apresentarem maiores valores de CRR, e cinco sensíveis, com menores valores de CRR. O experimento foi conduzido no delineamento de blocos completos com três repetições e dois ambientes (-Al) e (+Al), em sistema hidropônico. Foram avaliados o CRR e escore visual da coloração de hematoxilina (CH), esta última após exposição das plântulas, durante 7 dias em solução com Al e sem Al. Foi verificado diferença significativa entre as linhagens para CRR (p<0.01) e CH (P<0.05). Com base nestas avaliações, a linhagem 11-133-5 apresentou menor CH e maior CRR, sendo, portanto, considerada tolerante ao Al. Em contrapartida, a linhagem 11-60-1, apresentou maior CH e menor CRR, sendo considerada como sensível ao Al. A análise estereoscópica evidenciou na linhagem com maior sensibilidade ao Al (11-60-1) danos físicos em todo o ápice da raiz quando submetida a solução contendo Al. Por outro lado, a linhagem com menor sensibilidade ao Al (11-133-5) não apresentou dano físico no ápice radicular na presença de Al. Desse modo, fica evidente que a coloração de hematoxilina associada a análise estereoscópica é uma metodologia eficiente e rápida na identificação de linhagens tolerantes ao Al. Conclui-se que, as linhagens 11-133-5 e 11-60-1, são realmente contrastantes para a tolerância ao alumínio, podendo ser exploradas no estudo a herança e na obtenção de populações segregantes para estudos de mapeamento de QTLs em relação tolerância ao Al. |