Resumo |
Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é um grupo heterogêneo de distúrbios do metabolismo que tem como característica a hiperglicemia e quando não tratado evolui para complicações que afetam a qualidade de vida dos seus portadores. O pé diabético destaca-se como uma das complicações mais sérias e onerosas do DM, sendo responsável por grande parte das amputações de extremidades. Objetivos: identificar as principais alterações encontradas nos membros inferiores dos portadores de DM atendidos em um Centro Integrado de Referência Secundária. Metodologia: estudo descritivo, com abordagem quantitativa, realizado no Centro de Referência Secundária Hiperdia Minas, Viçosa, MG. A amostra foi composta por todos os pacientes atendidos neste centro no ano de 2015, totalizando 106 pacientes. Os dados foram obtidos a partir da busca individual nos prontuários dos pacientes e analisados com base nas medidas de frequência relativa. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa sob o parecer nº 048/2012. Resultados: do total de prontuários avaliados, 66,9% eram de pessoas do sexo feminino e 55,7% com idade menor que 60 anos. Em relação à avaliação dos membros inferiores dos pacientes portadores de diabetes percebeu-se que 16,9% dos pacientes já haviam apresentado uma úlcera, mas apenas 0,94% dos pacientes haviam sofrido alguma amputação; 41,5% dos pacientes apresentavam algum tipo deformidade nos pés; 78,3% dos pacientes deambulavam sozinhos, 1,9% precisavam de algum auxílio, 0,94% não deambulavam e em 18,86% dos prontuários esse dado não estava presente. Em relação à presença dos pulsos, observou-se que o pulso pedioso direito esteve presente em 91,51% e o esquerdo em 88,68%. O pulso tibial posterior direito esteve presente em 75,5% dos pacientes e o esquerdo em 77,35%. Dentre as alterações pré-ulcerativas, destacaram-se: edema (58,5% dos indivíduos avaliados), anidrose plantar (50,0%), ausência de pêlos (47,2%), fissuras (44,3%), telangectasias (42,4%), dermatite ocre (34,9%), veias reticulares (20,7%), onicogrifose (17,9%), calosidades (16,0%), desidratação cutânea (16,0%) e frieiras (15,1%). Conclusão: com base nos dados obtidos, percebe-se que a presença de alterações nos membros inferiores, sobretudo edema e deformidades, são fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras e constituem como complicações significativas para a qualidade de vida dos pacientes, impactando no seu cotidiano e sendo alvo de ações preventivas da equipe de enfermagem. |