Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 7131

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Agrárias
Área temática Agricultura, agroecologia e meio ambiente
Setor Departamento de Solos
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Lucas Teixeira Ferrari
Orientador RAPHAEL BRAGANCA ALVES FERNANDES
Outros membros CARLOS ERNESTO GONCALVES REYNAUD SCHAEFER, Fabrícia Nunes Pereira, IRENE MARIA CARDOSO, Ivan Carlos Carreiro Almeida
Título Relações Solo-Ambiente-Comunidade em um Remanescente Quilombola no Vale do Mucuri, MG
Resumo Comunidades quilombolas, assim como outras comunidades tradicionais, têm acumulado conhecimento prático com o passar das gerações, o que permite o desenvolvimento de sistemas próprios de interpretação ambiental em seus territórios. O solo constitui a principal interface de interação entre os diversos componentes do meio físico e biótico, e também os seres humanos. A melhor compreensão do lidar com o solo e de sua importância para comunidades tradicionais é um dos desafios da Etnopedologia. Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar as relações solo-ambiente-comunidade, por meio de uma abordagem etnopedológica, em uma comunidade quilombola, no Vale do Mucuri, Nordeste de Minas Gerais. Este trabalho faz parte de uma pesquisa mais ampla, que trata do resgate e sistematização do conhecimento local sobre solos e meio ambiente, e que está sendo conduzida de forma participativa, devido à sua natureza etnocientífica proposta. Para se avaliar as relações solo-ambiente-comunidade na comunidade quilombola, propôs-se utilizar técnicas de DRP, tais como observação participante, travessias e entrevistas semi-estruturadas com lideranças locais qualificadas e representantes de organizações locais envolvidas com a comunidade. Essas atividades objetivaram responder, dentre outras, as seguintes perguntas: Como foi o histórico de uso e ocupação do território? Quais diferenças foram percebidas sobre o meio ambiente ao longo do tempo, especialmente em relação ao solo e as águas? Como se lida com tais transformações e quais suas consequências sobre os sistemas produtivos e os hábitos culturais? Até então, foi possível constatar que o processo de uso e ocupação do território se deu de forma semelhante a outras comunidades quilombolas, mas com peculiaridades relacionadas ao recente agravamento das condições ambientais, como degradação do solo e das águas, devido à expansão da pecuária e mudanças climáticas, gerando consequências sobre o desenho e a sustentabilidade dos agroecossistemas. Ao mesmo tempo em que a produção agrícola tem reduzido, os quilombolas reconhecem o desafio e a importância de valorizar e conhecer melhor a comunidade em que vivem, para que possam desenvolver soluções para os problemas ambientais encontrados, e ainda preservar os hábitos culturais que os identificam. Durante as entrevistas, foi possível verificar elementos que indicam um sistema próprio de classificação de uso das terras desenvolvido pelos moradores. As expressões “terra vermelha”, adequada para o plantio de café, e “terra arenosa”, para feijão e milho, revelam dois atributos do solo usados para diferenciar esses ambientes: cor e a textura. Tais atributos também são usados para distinguir diferentes qualidades de barro para artesanato. Embora sejam iniciais, os resultados alcançados até então indicam que as transformações ambientais ocorridas no local estão intimamente associadas às transformações no modelo de produção agrícola que predomina atualmente.
Palavras-chave Etnopedologia, Conhecimento Local, Agroecologia
Forma de apresentação..... Painel
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