Resumo |
O eucalipto é a essência florestal mais plantada atualmente no Brasil. No entanto, com o aumento da área plantada e os ciclos sucessivos da cultura, nos últimos anos têm surgido novas doenças levando à diminuição da produtividade e ocasionando perdas econômicas significativas. Dentre essas, merece destaque a seca-de-ponteiros causada pela bactéria Erwinia psidii. Por se tratar de um novo patossistema, ainda não se conhece a influência da temperatura sobre o desenvolvimento da doença, objeto deste trabalho. Para isso, plantas de um clone híbrido de Eucalyptus urophylla x E. maidenii, previamente caracterizado como suscetível, foram inoculadas com o isolado LPF534 de E. psidii da coleção de fitobactérias do Laboratório de Patologia Florestal (UFV)/Bioagro e cultivado em meio sólido 523, a 28°C por 24h. As plantas inoculadas foram incubadas a 19, 22, 25, 28°C em DIC, com 10 plantas por tratamento. Aos 7, 14, 21 e 28 dias após a inoculação avaliaram-se os resultados mediante o uso de notas de severidade. A 28°C, aos 7 dias as plantas apresentaram manchas foliares adjacentes à nervura central e morte de algumas folhas. Aos 14 dias, todas as plantas desse tratamento perderam a dominância apical e foram também colonizadas por bactérias saprófitas devido ao avançado estado de desenvolvimento da doença, comprometendo toda a muda. Ao fim do experimento todas as plantas estavam mortas. A de 25°C, foram observados aos 7 dias sintomas de anasarca e escurecimento da nervura central. Nas demais avaliações foram observadas perda de dominância apical. Observou-se também que algumas plantas intensificaram a emissão de novos ramos laterais, na tentativa de suprir a perda da dominância apical. Nas temperaturas de 19 e 22°C a doença progrediu mais lentamente, mas de forma semelhante no decorrer do experimento. Nessas temperaturas mais baixas, os primeiros sintomas foram observados apenas aos 21 dias, os quais consistiam em escurecimento da nervura central e anasarca em torno da mesma. No fim do experimento, tais plantas apresentavam morte das folhas apicais, entretanto, sem caracterizar a perda da dominância apical. Pode-se concluir que a temperatura não foi um fator limitante para a ocorrência da doença, uma vez que sintomas típicos da enfermidade foram observados em todos os tratamentos. No entanto, foi observado que o desenvolvimento rápido e severo da doença ocorreu acima de 25°C. |