Resumo |
O fogo é uma reação combinada de material combustível e oxigênio, desencadeada por uma fonte de calor inicial. É um importante instrumento de evolução humana, porém, quando o homem não possui controle, provoca danos materiais, ambientais e humanos, sendo chamado de incêndio. Incêndio florestal trata-se de todo fogo que, sem controle do homem, causa destruição de cobertura vegetal causando danos de diversas naturezas. As Unidades de Conservação (UC’s) sofrem com incêndios florestais anualmente. Estes incêndios podem causar danos aos componentes ambientais, acarretar prejuízos científicos, sociais e financeiros. Sendo UC’s um espaço que objetiva conservar um território e seus recursos ambientais, é essencial o manejo adequado da área, com medidas preventivas, de proteção, de monitoramento e de recuperação. Considerando que a melhor forma de combater um incêndio é impedir que ele ocorra, é fundamental que se conheça as causas destes, para que se trabalhe na melhor forma de prevenção. Assim, o objetivo do trabalho foi analisar as causas de incêndios florestais em UC’s do Brasil no período de 2008 a 2012. Os dados foram coletados por meio de busca no acervo de documentos do PREVFOGO (Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais), vinculado ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), onde se encontram os registros de ocorrência de incêndios (ROI’s). Os ROI’s são ferramentas estratégicas de prevenção e gerência dos incêndios, sendo atualizados e enviados pelas UC’s. Em cada ROI é marcado a causa ou agente causal correspondente ao incêndio. Existem 26 tipos de causas e 30 prováveis agentes causais. Neste trabalho, foram relacionadas as causa do PREVFOGO com as causas de incêndios da FAO (Food and Agriculture Organization). Assim, criou-se um banco de dados no Excel, onde se armazenou as UC’s registradas com suas respectivas causas de incêndios, contabilizando a quantidade de cada causa. Foram totalizados 711 registros, sendo 38% provocados por Incendiários, 29% por Queima Para Limpeza, 19% por Causas Desconhecidas, 8% por Diversos, 3% por Raio, 2% por Operações Florestais e 1% por Fogos de Recreação. Das causas Diversas, 58% foi por Caça, 17% por Cabo de Alta Tensão, 15% por Diversos, 8% por Outros e 2% por Fogos de Artifícios. Contudo, a ocorrência de incêndios está, quase na totalidade, associada à ação do homem (78%), sendo 38% propositais e 40% acidentais, encontrando também incidência de incêndios relacionados com fatores naturais, como o raio (3%). A causa Desconhecida representa 19%, o que significa falha na perícia de identificação das causas. Observa-se também uma falha no preenchimento dos ROI’s, pois, além da falta de registros, há um grande número de registros incompletos. Portanto, afirma-se a importância do preenchimento dos ROI’s para uso da própria UC, para uma correta divulgação e análise da situação da UC’s quanto a ameaça de incêndios e melhor adequação de prevenção e combate. |