Resumo |
O câncer é um problema mundial de saúde pública, visto que apresenta altas taxas de mortalidade. O melanoma tem se destacado nesse contexto, pois corresponde a 75% de todas as mortes de câncer de pele no mundo. Seu alto índice de letalidade está relacionado com a capacidade de gerar metástases em outros órgãos, sendo a própria pele, o pulmão, o fígado e o cérebro seus principais órgãos-alvo. Um modelo já consolidado para o estudo do melanoma é o de células B16-F10 inoculadas em camundongos C57BL/6. Esse modelo permite avaliar a formação de metástases em órgãos distantes e as possíveis alterações biométricas após o uso de fármacos. No entanto, não foi encontrado na literatura informações sobre o efeito de diferentes concentrações de células de melanoma, usadas para induzir tumores sólidos, sobre o peso animal, o peso dos órgãos, bem como o peso do tumor. Portanto, o objetivo desse trabalho foi avaliar esses parâmetros em animais inoculados com três concentrações diferentes de células de melanoma murino B16-F10. Para isso, 24 camundongos machos C57BL/6 foram pesados e distribuídos aleatoriamente em quatro grupos experimentais (n=6/grupo). Animais do grupo 1 foram inoculados com células B16-F10 na concentração de 1x105, enquanto que animais dos grupos 2 e 3 foram inoculados, respectivamente, com as concentrações de 2x105e 4x105. Animais do grupo 4 (controle) foram inoculados apenas com PBS. O volume tumoral foi mensurado a cada dois dias com auxílio de paquímetro. Os animais foram pesados e eutanasiados quando o primeiro animal de cada grupo apresentou tumor com o volume de 3000 mm³. Órgãos como fígado, pulmão, coração, rins, baço e cérebro, além do tumor, foram coletados, pesados e fixados em Karnovsky. Os pesos relativos foram calculados utilizando a seguinte fórmula: Peso relativo (g/100g) = Peso do órgão (g) X 100/ Peso corporal final do animal (g). Os resultados obtidos foram analisados por ANOVA, seguido pelo teste de Student-Newman-Keuls, ou através do teste não paramétrico Kruskal-Wallis, seguido pelo teste de Dunn, de acordo com as características de cada variável, a 5% de significância. Não foram encontradas diferenças entre os grupos experimentais para o peso do animal e peso tumoral (P > 0,05). Já as análises biométricas dos órgãos mostraram que o fígado dos animais pertencentes aos grupos 1 e 2 apresentaram peso absoluto médio maior que o valor encontrado para animais controle. Observou-se que animais do grupo 2 também apresentaram um valor médio maior de peso relativo quando comparados aos animais controle. O baço de animais do grupo 1 apresentou a média para o peso absoluto maior que animais do grupo controle. Já o cérebro apresentou peso relativo médio menor nos grupos 1, 2 e 3 em relação ao controle. Não foram observadas diferenças entre os grupos para os demais órgãos avaliados (P> 0,05). Portanto, pode-se concluir que houve alteração na biometria de órgãos nas diferentes concentrações celulares testadas. |