Resumo |
A Paleontologia é uma ciência de caráter interdisciplinar que pode ser um instrumento de integração entre ciência e sociedade. Em seu caráter interdisciplinar, a paleontologia trata sobre a evolução da vida e da Terra, detendo informações fundamentais para a compreensão do processo evolutivo. Isso se deve ao seu objeto de estudo: fósseis, isto é, evidencias diretas de organismos extintos. Diversas espécies habitaram o planeta muito antes da origem do homem, permitindo a noção de que há um processo evolutivo gerador de todas as espécies. Tal informação é de suma importância, pois permite uma compreensão sobre a origem do homem sem a necessidade de uma explicação metafísica (por exemplo, de cunho religioso). Porém, sabe-se que o ensino de paleontologia nas escolas de ensino básico é, em geral, pouco e mal explorado devido à má formação dos professores nesta área. Soma-se a isso o difícil acesso à materiais didáticos com linguagem voltada para o ensino básico, incluindo fósseis. Além disso os próprios professores são influenciados pelos dogmas religiosos e ficam fragilizados diante da polêmica que rodeia o ensino de evolução nas escolas. Pensando em ampliar o acesso a fósseis por parte da população viçosense e proximidades, o Laboratório de Paleontologia e Osteologia Comparada (LAPOC), em parceria com o Museu de Zoologia João Moojen (MZUFV), organizou uma exposição de fósseis, intitulada “Exposição Paleontológica: conhecendo o passado extinto” durante a 14ª Semana Nacional de Museus, que aconteceu entre os dias 16 e 21 de maio. Recebemos muitos alunos das escolas da cidade de Viçosa e também muitas famílias. Notamos uma curiosidade e muito interesse, principalmente por parte das crianças, em conhecer os fósseis. Estavam expostos peixes em concreções calcárias, conchas e invertebrados marinhos, trilobitas, insetos de um sítio paleontológico brasileiro, artrópodes em âmbar, dentes de tubarões, incluindo o do famoso Megalodon, anfíbio, Mesossauro, fósseis de folhas de plantas e um pedaço de tronco, pedaços de costelas e de casca de ovo de espécies de Saurópodes. Além de representarem variados grupos de seres vivos, também mostravam os diferentes tipos de fossilização que podem ocorrer durante a fossildiagênese. Além da exposição foram realizadas atividades com as crianças, como “A caça ao fóssil” e confecção de desenhos. Detectamos que a maioria dos visitantes, em qualquer faixa etária, não conhecia um fóssil e também não sabia o que era um. Muitos acreditavam só existir fósseis de dinossauros. A exposição gerou dados interessantes a partir de questionários, que poderão ser usados para futuras pesquisas na área de ensino. Frente ao resultado, pretendemos realizar novas exposições de fósseis no MZUFV, ampliando o acesso e o conhecimento da população à cerca de materiais científicos. |