Resumo |
A mineração é uma atividade de grande importância para a economia brasileira, responsável por gerar renda e emprego para um grande número de pessoas. Uma característica marcante desse setor é o grande impacto ambiental causado, alterando as características físicas, químicas e biológicas do solo. A quantificação do fluxo de CO2 nas áreas afetadas pela mineração ajuda a compreender o processo de recuperação biológica e a eficiência das práticas de manejo adotados. O objetivo desse trabalho foi avaliar o fluxo de CO2 em uma área cultivada com eucalipto em comparação com uma área sem planta e uma área de vegetação nativa local. O estudo foi realizado no município de São Sebastião da Vargem Alegre, Minas Gerais, em área onde houve extração de bauxita pela Votorantim Metais. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados com três repetições, com parcelas formadas por eucalipto (Eucalyptus urograndis). Para a estimativa do fluxo de CO2 foram instaladas nas linhas e entrelinhas de plantio destas parcelas, em triplicatas no solo, câmaras feitas de PVC (0,20 x 0,20 m), e, também, em duas áreas de referência (mata atlântica e área sem planta). Foram realizadas seis coletas durante um ano e o gás emitido foi coletado com auxílio de seringas nos tempos 0, 10, 20 e 40 mim após o fechamento das câmaras, para posterior leitura em analisador de amostras gasosas CRDS (cavity ring-down spectroscopy; Picarro, Sunnyvalle, CA). Os dados foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 10 % de probabilidade. De modo geral observou se que os maiores fluxos de CO2 ocorreram na época chuvosa, fato que é explicado pela elevação da atividade microbiana na presença de maior umidade no solo. Ao comparar as médias anuais de emissão de CO2 do solo sob eucalipto e pela mata remanescente, verificou se que o eucalipto emitiu 161,91 mg m-2 h-1, representando 65% da mata remanescente, que emitiu 248,07 mg m-2 h-1. A área sem planta, onde não há a presença de serapilheira, apresentou uma emissão de CO2 de 29,70 mg m-2 h-1, valor que é 5,5 vezes menor do que a área de eucalipto. A diferença do fluxo de CO2 entre o eucalipto e a área sem planta mostra a importância do uso dessa cultura para a recuperação da qualidade do solo e retrata a baixa atividade biológica de solos sem cobertura vegetal. Pode se concluir que nas épocas chuvosas há maior fluxo de CO2. A mata remanescente utilizada como referência apresentou fluxo de CO2 igual ou maior do que todas as outras áreas durante o ano. A área sem planta obteve o menor fluxo de CO2 em todo o ano. |