Resumo |
Em virtude dos impactos ambientais causados pela utilização de combustíveis fósseis, levantou-se a necessidade de fomentar a produção de combustíveis provenientes de fontes renováveis. Uma alternativa é a produção de combustíveis a partir da biomassa, os biocombustíveis. Entre os desafios enfrentados pela indústria do biocombustível encontra-se a necessidade de utilização de matérias primas que não concorram com a produção alimentícia e apresentem viabilidade econômica nos processos. A mandioca do tipo “brava” pode ser cultivada em locais onde outras espécies vegetais não se desenvolvem e possui elevados teores de compostos cianogênios, o que a torna imprópria para a alimentação humana. Este trabalho tem como objetivo experienciar o amido de mandioca “brava” como alternativa para a produção de biocombustível fazendo um comparativo com outros amidos normalmente empregados para este fim. Diante disso, a susceptibilidade à hidrólise do amido de mandioca “brava” para produção de etanol foi verificada por testes de atividade enzimática utilizando a enzima comercial StarMax 300, doada pela empresa Prozyn. Para avaliar a hidrólise foram preparadas soluções de amido de mandioca “brava”, fécula de mandioca doce e fécula de milho na concentração de 1 % (m/v) em solução tampão acetato de sódio 0,1 M, na qual foram adicionados 0,1 % (m/v) de enzima sobre a base seca de amido. A hidrólise ocorreu a 50°C e a concentração de açucares redutores gerados foi acompanhada a cada cinco minutos, durante uma hora, utilizando ácido dinitrosalicílico. O comportamento da hidrólise sobre a fécula de mandioca doce, o amido de mandioca “brava” e a fécula de milho foi verificado, constatando-se que as velocidades de hidrólise da enzima foram de, respectivamente, 0,1335, 0,1193 e 0,1159 mg de glicose por minuto de reação. O amido de mandioca “brava” apresentou-se como uma matéria prima susceptível à hidrólise enzimática, comprovando seu potencial para fermentação à etanol em processos fermentativos. |