Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 7051

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Ecologia e biogeografia
Setor Departamento de Biologia Geral
Bolsa CNPq/Balcão
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Geanne Carla Ripani Rodrigues
Orientador CARLOS FRANKL SPERBER
Outros membros Ênio Henrique Viana Araujo, Fabiene Maria de Jesus, Thiago Bigonha Minatelli
Título Efeito da restrição de recursos na sobrevivência e reprodução de Hygronemobius sp. (Orthoptera: Gryllidae)
Resumo A teoria de história de vida avalia, entre outros, a relação entre a quantidade de recursos e a sobrevivência, crescimento e reprodução. A quantidade de recursos consumida pode alterar a quantidade de energia alocada em cada componente de sua história de vida, dando origem a permutas (tradeoffs). Escassez de alimentos pode reduzir a expectativa de vida, favorecendo maior investimento em reprodução, e menor investimento em sobrevivência. Escassez de parceiro sexual, por outro lado, pode aumentar a expectativa de vida, e reduzir investimento em reprodução. Nosso objetivo foi testar as hipóteses de que a restrição de recurso alimentar: (i) reduz a sobrevivência das fêmeas, (ii) aumenta o número de ovos ovipositados e (iii) diminui a viabilidade desses ovos. Além disso testamos se a restrição de parceiro sexual reduz a produção de ovos, internamente, e a oviposição desses ovos. Mantivemos 90 grilos em laboratório até a morte do último indivíduo fêmea, sob luz (12/12h), temperatura (ca 25oC) e umidade relativa do ar (ca 60%) controladas. Os grilos foram alimentados com ração de peixe e água, fornecida em um chumaço de algodão, que também serviu de local de oviposição. Utilizamos ninfas de Hygronemobius sp. de último ínstar (50 fêmeas e 40 machos), para compor o tratamento controle (R0), restrição de alimento por 24 horas (R1), restrição de alimento por 48 horas (R2), restrição de alimento por 72 horas (R3) e restrição de parceiro sexual por todo o experimento (RS). Para os tratamentos R0, R1, R2 e R3, utilizamos um casal de Hygronemobius sp. por pote (n=10), totalizando 40 casais. Para o tratamento RS utilizamos uma fêmea por pote (n=10). Fizemos uma ANCOVA para número de ovos ovipostos e outra para número de ovos eclodidos, ajustando modelos lineares generalizados (GLM) com erros Poisson. Nos dois casos, as variáveis explicativas foram tratamento (R0, R1, R2 ou R3), tempo de sobrevivência, em dias, e um termo de interação. As fêmeas submetidas a restrição de parceiro sexual (RS) não ovipositaram nenhum ovo. A restrição alimentar afetou negativamente a oviposição (p<0,0001). Houve interação significativa entre o número de ovos ovipostos e o tempo de sobrevivência das fêmeas (p<0,0001). Em média as fêmeas que ovipositaram mais, sobreviveram menos. A porcentagem de eclosão também foi afetada pela restrição alimentar (p<0,0001). As taxas de eclosão dos ovos dos indivíduos que ficaram sob restrição alimentar foram menores do que a taxa de eclosão dos ovos dos grilos que se alimentaram todos os dias. A restrição de parceiro sexual não impediu a produção de ovos internamente, mas impediu a sua oviposição. Concluímos que a restrição alimentar reduz a sobrevivência, aumenta alocação em reprodução, e restrição de parceiro sexual impede oviposição.
Palavras-chave História de vida, experimento manipulativo, grilo
Forma de apresentação..... Painel
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