Resumo |
INTRODUÇÃO: A figura masculina e feminina, assim como suas atribuições, passou por transformações ao longo dos anos, sobretudo a partir da década de 1960 com a inserção da mulher no mercado de trabalho. Os papeis como provedor e proteção do lar passaram a pertencer ao homem e a mulher. Neste contexto, novos rearranjos familiares surgiram e os homens estão assumindo funções como cuidar dos filhos e das atividades domésticas. Outra situação encontrada é onde a figura feminina é responsável por ambas funções, prover e cuidar e a figura masculina nem aparece. Portanto, compreende-se que o conceito de família é variável e complexo, assim como, a definição de paternagem e maternagem. O primeiro corresponde ao envolvimento do homem e a capacidade do mesmo em se sentir entusiasmado diante da gravidez, do parto e vivência com filho. Já o segundo se associa muitas vezes com a doação, o cuidado materno oferecido pela mulher, sempre afetuoso e dedicado. OBJETIVO: relatar o olhar de mulheres grávidas participantes de um grupo para gestantes sobre a paternagem e maternagem no processo gravídico-puerperal. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência referente a um grupo de gestantes realizado por um projeto de extensão pertencente a Universidade Federal de Viçosa (UFV), intitulado: “O grupo educativo como forma de cuidado à saúde do casal grávido, puérpera e familiares”. O grupo contou com a participação de 6 gestantes, 6 alunos e 2 docentes. Durou cerca de 4 horas. Foi coordenado por uma psicóloga e realizado através de uma roda de conversa. Os conceitos como maternagem e paternagem foram abordados. DISCUSSÃO: Diante do diálogo acerca do maternar e do paternar, as gestantes relataram seus sentimentos diante desses dois papéis frente ao ciclo gravídico e puerperal que vivenciam. Quando questionadas sobre a maternagem, as palavras doação, cuidado e amor apareceram em todos os relatos. As participantes citaram que a maternagem é algo imprescindível, oferecido pela mãe no começo da gestação e durante toda a vida da criança. A sobrecarga de trabalho e os sentimentos como culpa foram ressaltados. Em contraposto, geralmente o paternar inicia-se somente após o nascimento da criança. A título de ilustração, palavras como constituição e vinculação apareceram articuladas a um processo de construção da paternagem após o nascimento. Ademais, a paternagem segundo os relatos, pode ser realizada por alguém que pertence ao ciclo de convivência da díade mãe - criança e que esteja disposto a compartilhar momentos com a mesma. CONCLUSÃO: Mudanças sociais e culturais resultaram no rearranjo das famílias. Entretanto, a maternagem e paternagem são discutidas como processos divergentes, onde a figura da mãe se caracteriza por envolver amor e o ato de doar desde a descoberta de uma nova vida. A figura do pai, se configura como o vínculo criado com a criança, porém pode se dar tardiamente e nem sempre precisa ser efetuado pelo pai da criança. |