Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 7030

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Políticas públicas e desenvolvimento social
Setor Departamento de Veterinária
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq, FAPEMIG, Outros
Primeiro autor Eduarda Lopes Ferreira
Orientador PAULA DIAS BEVILACQUA
Título Transição agroecológica em propriedades da agricultura familiar: dialogando gênero, criação animal e políticas públicas
Resumo A agricultura familiar é o setor que mais contribui para a segurança e soberania alimentar, apresenta, também, grande capacidade de produção com menor impacto ao ambiente, além de preservar aspectos de identidade territorial e cultural. Entretanto, poucas são as políticas públicas direcionadas a esse setor, aspecto que se agrava mais em se tratando das trabalhadoras rurais. O Grupo de extensão/pesquisa, Animais para Agroecologia, desenvolve ações na região da Zona da Mata Mineira buscando maior integração e fortalecimento da criação animal em cenários de transição agroecológica em propriedades de agricultura familiar. Tendo em vista que a diversidade produtiva (animal e vegetal) e a equidade nas relações de gênero são eixos que orientam o trabalho do grupo, objetivou-se investigar as práticas de criação animal desenvolvidas em propriedade de agricultura familiar, refletindo sobre o lugar das mulheres e problematizando o potencial de empoderamento das mesmas, considerando as diretrizes preconizadas na Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica/PNAPO. Para a construção dos dados de pesquisa, foram utilizadas entrevista semiestruturada e observação participante durante as visitas e as atividades de oficinas e intercâmbios desenvolvidos pelo Grupo com agricultores e agricultoras da região. Foi possível observar que as práticas de criação animal no contexto da agricultura familiar são fundamentadas na diversidade de uso de alimentos e terapias alternativas, dialogando em vários aspectos com os princípios da produção agroecológica. A divisão de tarefas entre mulher e homem, na criação animal e em outros setores da propriedade, ainda está orientada pela construção histórica dos papéis sociais dos gêneros e existe uma naturalização dessa condição muito forte entre as mulheres. O trabalho produtivo da agricultora é principalmente observado no quintal e se reflete como uma extensão do trabalho doméstico e de reprodução biológica (ter e cuidar dos filhos). Observou-se, também, que a participação política (em movimentos sociais, grupos econômicos e religiosos) e a participação econômica (no sustento da família) das trabalhadoras é essencial no empoderamento das mesmas. Entretanto, a participação política implica na mulher ‘dar conta’ das tarefas que lhe são atribuídas (incluindo a exclusividade das tarefas domésticas) para estar nos espaços que não o doméstico, configurando-se como uma “quarta jornada de trabalho”. Dessa forma, observarmos que mesmo com empoderamento político e econômico possibilitados, por exemplo, pelo acesso a políticas públicas como a PNAPO, Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural/PNDTR, Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar/PRONAF, Programa de Aquisição de Alimentos/PAA, entre outros, o trabalho da mulher agricultora ainda é, na maioria das vezes, entendido como ajuda e cuidado, refletindo o papel histórico que a mulher ocupa na sociedade.
Palavras-chave mulheres agricultoras, entrevistas semiestruturadas, Zona da Mata
Forma de apresentação..... Oral
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