Resumo |
Motivado pela necessidade de se obter aprimoramentos técnicos para a realização de plantios de neutralização de carbono, objetivou-se avaliar a sobrevivência e crescimento inicial de espécies nativas, em um plantio situado em Viçosa, Minas Gerais. O estudo foi conduzido em um plantio localizado no Espaço Aberto de Eventos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), campus Viçosa. O plantio foi realizado em dezembro de 2015, contando com a combinação de espécies florestais nativas do Brasil. No total, foram plantadas 450 mudas seguindo o Delineamento em Blocos Casualizados (DBC), com espaçamento 2 m x 2 m, sendo cada bloco constituído por 30 espécies. Após o plantio, realizou-se a adubação de base, com aplicação de 150g por cova do fertilizante Super Simples Fosfatado (18% de P2O5). Foram mensurados, após seis meses do plantio, a altura e o diâmetro ao nível do solo e realizou-se o levantamento da mortalidade. Observou-se que 26 das 30 espécies tiveram índices de sobrevivência maiores que 80% o que contribuiu para um índice geral de sobrevivência de 91,8%. Dentre as espécies analisadas, a Astronium fraxinifolium, Schinus molle, Peltophorum dubium e Schizolobium parahyba podem ser recomendadas para plantios mistos de neutralização em situações similares à do experimento. Essas espécies, além de apresentarem sucesso de sobrevivência, obtiveram destaque nos parâmetros de crescimento avaliados. Além disso, destaca-se, também, o alto incremento em diâmetro da Anisosperma passiflora, com cerca de 3,4 mm.mês-1 e em altura das espécies Libidibia ferrea e Pseudopiptadenia contorta, com 5,83 cm.mês-1 e 4,17 cm.mês-1, respectivamente. Por outro lado, pode-se observar que as espécies Melanoxylon brauna e Handroanthus albus estão entre as espécies com menor desenvolvimento inicial e maior índice de mortalidade. Conclui-se que existem espécies com maior sobrevivência e crescimento inicial, devendo estas serem as principais a serem recomendadas para plantios mistos de neutralização de carbono na Mata Atlântica. |