Resumo |
A lagarta-da-soja, Anticarsia gemmatalis Hübner, 1818 (Lepidoptera: Noctuidae), é uma das principais pragas daninhas a cultura da soja no Brasil, sendo encontrada em todos os locais de cultivo. Sua capacidade de consumo aumenta com o seu desenvolvimento fisiológico. É uma praga desfolhadora, que mesmo em baixas densidades populacionais pode causar prejuízos à lavoura, que vão desde o desfolhamento até a destruição completa das plantas. Portanto, estudos biológicos da interação inseto-praga são necessários para determinar o efeito da alimentação com variedades resistentes de plantas no desenvolvimento deste inseto. Assim, este trabalho teve como objetivo comparar a taxa de sobrevivência e os efeitos no desenvolvimento das larvas de A. gemmatalis alimentadas com cultivares de soja susceptíveis e resistentes. Durante toda a fase larval, os insetos foram alimentados com os cultivares 105AP UFVTN, IACPL1, IAC17 e IAC24; colocadas diretamente na planta (cinco larvas por folha). A sobrevivência, o comprimento e o ganho de massa foram avaliadas diariamente. O resultado mostrou uma menor taxa de sobrevivência nas variedades “IAC 17” e “IAC 24”, caraterizadas como resistentes, com uma porcentagem de 58% e 65%, respectivamente. As variedades suscetíveis, IAC PL1 teve um 80% e a UFV TN 105 76% de sobrevivência. Em relação à fisiologia do inseto, a tendência do efeito das variedades resistentes foram: diminuição do tempo de permanência no quarto e o quinto instar e na taxa de crescimento em comparação com as susceptíveis. No entanto, a maior tendência de ganho de peso nas lagartas, foi apresentado pelas alimentadas com a IAC 24, seguida por IAC PL1, IAC 17 e 105AP UFVTN. Assim, podemos inferir que uma baixa qualidade nutricional das plantas pode fazer com que o inseto necessite de maior massa de tecido vegetal para suprir seus requerimentos nutricionais. Sabendo que a toxicidade das plantas afeta o desenvolvimento das lagartas por inibição da absorção de nutrientes e dano no seu tecido intestinal, se presume que plantas resistentes podem apresentar quantidades maiores deste tipo de compostos. |