ISSN | 2237-9045 |
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Instituição | Universidade Federal de Viçosa |
Nível | Graduação |
Modalidade | Pesquisa |
Área de conhecimento | Ciências Humanas e Sociais |
Área temática | Artes, literatura e cultura popular |
Setor | Departamento de Ciências Sociais |
Conclusão de bolsa | Não |
Primeiro autor | Franthiesco Cardoso Dias |
Orientador | GUILLERMO VEGA SANABRIA |
Outros membros | Arthur de Ávila Soares, João Pedro dos Anjos Paixão |
Título | O Corpo de Satã: análise dos símbolos e técnicas corporais num ritual satânico. |
Resumo | O objetivo deste trabalho é analisar os principais elementos de um ritual classificado pelo grupo estudado como fazendo parte de uma tradição ocultista. O trabalho empírico consistiu de observação participante numa cerimônia protagonizada por um grupo autodenominado satânico na cidade de Governador Valadares, MG. Dentre os elementos observados destacam-se: a organização ritual, os objetos, as falas, os gestos, as posturas, os adornos, o vestuário e os instrumentos utilizados na cerimônia. A noção de corpo é tida como principal foco na análise. A duração do rito foi de aproximadamente três horas e durante ele a liturgia em diversos momentos zombava, ridicularizava e depreciava o rito religioso cristão católico. Contrariamente à linguagem utilizada num rito cristão guiado pela súplica humilde, no rito analisado os celebrantes adotavam um tom de mando para com a divindade. Portanto, antes de se prostrar humilde e consternado diante da Providência, o “satanista” se coloca como mandatário e utiliza as divindades de seu rito como meios para a realização da sua vontade. Também foi possível observar no ritual que a assembléia estava munida de adornos, instrumentos litúrgicos e símbolos diversos com maior e menor riqueza de detalhes, em função de uma divisão hierárquica no grupo que refletia as posições sociais dos participantes. Seu lugar no rito era influenciado pelo nível de escolaridade e condição socioeconômica. Os adornos, acessórios e instrumentos usados pelo grupo, além de estabelecer hierarquia, serviam como itens de apoio para estimular que os indivíduos tentem alcançar um estado alterado de consciência, pois o “estado de transe” no rito não é permitido. Essa alteração da consciência pode ser entendida como um estado de liminaridade compartilhado por todos os indivíduos e ao mesmo tempo controlado por eles. Na cerimônia todos os membros do grupo compartilham uma “comunicação com a esfera espiritual”, sem que para isso recorram ao estado de transe. Trata-se de uma relação complexa, na qual todos promovem um autocontrole para que o estado alterado não se exceda. |
Palavras-chave | Corpo, Satã, Ritual. |
Forma de apresentação..... | Painel |