Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6996

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Artes, literatura e cultura popular
Setor Departamento de Ciências Sociais
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Franthiesco Cardoso Dias
Orientador GUILLERMO VEGA SANABRIA
Outros membros Arthur de Ávila Soares, João Pedro dos Anjos Paixão
Título O Corpo de Satã: análise dos símbolos e técnicas corporais num ritual satânico.
Resumo O objetivo deste trabalho é analisar os principais elementos de um ritual classificado pelo grupo estudado como fazendo parte de uma tradição ocultista. O trabalho empírico consistiu de observação participante numa cerimônia protagonizada por um grupo autodenominado satânico na cidade de Governador Valadares, MG. Dentre os elementos observados destacam-se: a organização ritual, os objetos, as falas, os gestos, as posturas, os adornos, o vestuário e os instrumentos utilizados na cerimônia. A noção de corpo é tida como principal foco na análise.

A duração do rito foi de aproximadamente três horas e durante ele a liturgia em diversos momentos zombava, ridicularizava e depreciava o rito religioso cristão católico. Contrariamente à linguagem utilizada num rito cristão guiado pela súplica humilde, no rito analisado os celebrantes adotavam um tom de mando para com a divindade. Portanto, antes de se prostrar humilde e consternado diante da Providência, o “satanista” se coloca como mandatário e utiliza as divindades de seu rito como meios para a realização da sua vontade. Também foi possível observar no ritual que a assembléia estava munida de adornos, instrumentos litúrgicos e símbolos diversos com maior e menor riqueza de detalhes, em função de uma divisão hierárquica no grupo que refletia as posições sociais dos participantes. Seu lugar no rito era influenciado pelo nível de escolaridade e condição socioeconômica.

Os adornos, acessórios e instrumentos usados pelo grupo, além de estabelecer hierarquia, serviam como itens de apoio para estimular que os indivíduos tentem alcançar um estado alterado de consciência, pois o “estado de transe” no rito não é permitido. Essa alteração da consciência pode ser entendida como um estado de liminaridade compartilhado por todos os indivíduos e ao mesmo tempo controlado por eles. Na cerimônia todos os membros do grupo compartilham uma “comunicação com a esfera espiritual”, sem que para isso recorram ao estado de transe. Trata-se de uma relação complexa, na qual todos promovem um autocontrole para que o estado alterado não se exceda.
Palavras-chave Corpo, Satã, Ritual.
Forma de apresentação..... Painel
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