Resumo |
O fenótipo é função da soma da ação do genótipo e do ambiente, mais a interação genótipos x ambientes. Essa interação interfere na recomendação de cultivares e dificulta o trabalho dos melhoristas de plantas, pois ela mascara o desempenho genético do indivíduo em avaliação. O objetivo desse trabalho foi avaliar a influência da interação progênies x locais nos ganhos por seleção na população UFVM100 após a realização de um ciclo de seleção recorrente. Para isto, foram avaliadas 114 progênies de meios-irmãos maternos da variedade UFVM 100 em três locais, Campo Experimental do Aeroporto (AERO), Estação Experimental da Horta Nova (HN) e Estação Experimental de Coimbra (CO). Todos esses pertencentes ao Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, com duas repetições. Cada parcela foi constituída de uma linha de cinco metros, espaçadas em 0,8 m entre si. A população final de plantas na área foi de 62 500 plantas ha-1. Todos os tratos culturais foram realizados segundo recomendações técnicas para a região. O caractere avaliado foi produtividade de grãos (PG) corrigido para 14,5% de umidade. Os dados foram submetidos a análise de variância individual por local e uma análise conjunta para testar a interação progênies x locais, e os ganhos por seleção diretos e indiretos foram estimados. Em relação as análises individuais, houve diferença significativa (P<0,05) entre as progênies, ou seja, há variabilidade genética na população de milho UFVM100 e essa pode ser explorada por alguma estratégia de seleção. A fonte de variação da interação progênies x locais na análise conjunta foi não significativa, mas mesmo assim influenciou nos ganhos por seleção. As médias originais de PG foram 9522 kg ha-1, 7100 kg ha-1, 7387 kg ha-1 em CO, AERO e HN, respectivamente. Os ganhos diretos nos respectivos locais foram 8,6%, 11,5% e 19,9% e a média predita da população melhorada foi 11374 kg ha-1, 9348 kg ha-1 e 9556 kg ha-1, respectivamente. Em relação aos ganhos por seleção indiretos, quando a seleção de progênies foi realizada em CO os ganhos genéticos em AERO e HN foram 2,41% e 3,82%, respectivamente. E quando a seleção foi feita em AERO, o ganho em HN foi de 4,89%. Os demais ganhos indiretos foram superiores a 5%, embora todos inferiores ao ganho direto. Conclui-se que a interação genótipos x ambientes, mesmo não significativa, influência nos ganhos por seleção e, assim, a avaliação das progênies deve ser realizada em mais de um local. |