Fome e Abundância: Um Paradoxo Brasileiro?

17 a 22 de outubro de 2016

Trabalho 6953

ISSN 2237-9045
Instituição Centro Universitário de Caratinga
Nível Pós-graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Zoologia
Setor Departamento de Biologia Animal
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Júlia Maria Boato Butters
Orientador Clodoaldo Lopes de Assis
Outros membros Lucas Rigamonte Torres, Paula Fernanda da Silva , Ronny Francisco de Souza
Título Mamíferos de médio e grande porte de um fragmento de Mata Atlântica no leste de Minas Gerais
Resumo A mastofauna desempenha papel fundamental na manutenção dos ecossistemas, envolvendo-se nos mais distintos processos ecológicos. Dentre os grupos, os mamíferos de médio e grande porte destacam-se pelo controle populacional de suas presas e pela participação na regeneração florestal. No entanto, estes animais estão entre os que mais sofrem com os impactos antrópicos, e muitas áreas necessitam de estudos básicos, como inventariamentos. Dessa forma, apresentamos uma lista de mamíferos de médio e grande porte de um fragmento de mata no município de Caratinga, leste de Minas Gerais. O trabalho foi realizado em um fragmento de Mata Atlântica, pertencente ao Centro Universitário de Caratinga (19°43’57”S 42°08’03”O). Ao longo de dois dias, durante o mês de abril de 2016, foram feitos transectos na área, buscando realizar registros diretos e indiretos de espécies do grupo. Uma armadilha fotográfica foi instalada no interior do fragmento durante 15 dias. De forma a complementar o estudo, foi feito um levantamento de animais da região, tombados na coleção do Centro de Estudos em Biologia (CEB), do Centro Universitário de Caratinga. Foram registradas 20 espécies distribuídas por cinco ordens (Rodentia, Primates, Carnivora, Xenartha e Artiodactyla) e 13 famílias: Dasyproctidae (Dasyprocta sp.), Caviidae (Hydrochaeris hydrochaeris), Cuniculidae (Cuniculus paca), Erethizontidae (Coendou prehensilis), Cebidae (Sapajus nigritus e Callithrix flaviceps), Atelidae (Alouatta guariba), Felidae (Puma yangouaroundi, Leopardus pardalis e Felis catus), Canidae (Chrysocyon brachyurus, Cerdocyon thous e Canis lupus familiaris), Procyonidae (Procyon cancrivorus e Nasua nasua), Mustelidae (Galictis cuja), Myrmecophagidae (Tamandua tetradactyla), Dasypodidae (Dasypus novemcinctus e Euphractus sexcinctus) e Cervidae (Mazama sp.). Duas espécies encontram-se na lista brasileira de animais ameaçados, sendo C. brachyurus (Vulnerável -VU) registrado através de rastros, e C. flaviceps (Em perigo - EN), registrado através de vocalização e de um espécime na coleção do CEB. A presença destes animais que demanda maiores cuidados em relação a qualquer intervenção na área de estudo. A ocorrência de espécies procuradas pela caça, como os tatus (D. novemcinctus e E. sexcinctus) e o veado (Mazama sp.) aumentam as chances da prática da caça na área. Destaca-se ainda a presença das espécies domésticas C. l. familiaris e F. catus, que geram impactos através de transmissão de doenças, competição e predação de animais silvestres. Dessa forma, concluímos que a área de estudo é importante para a manutenção de mamíferos de médio e grande porte, abrigando espécies cinegéticas e ameaçadas. Reforçamos ainda, além do potencial da região para estudos futuros, a necessidade da realização de monitoramento e projetos de educação ambiental voltado para a preservação e conservação deste grupo.
Palavras-chave Mamíferos, conservação, Minas Gerais
Forma de apresentação..... Painel
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