Resumo |
Nos últimos anos, é notória a preocupação de pesquisadores de diversas áreas do conhecimento no desenvolvimento de escalas apropriadas para a mensuração de características de indivíduos que não podem ser medidas diretamente, tais como inteligência, grau de proficiência em determinada área do conhecimento e o nível de qualidade de vida. Tais características recebem, em Estatística, o nome de variáveis latentes e para sua medição faz-se o uso de duas teorias principais: a Teoria Clássica dos Testes (TCT), que tem como referência o resultado final do teste e a Teoria de Resposta ao Item (TRI) que visa a análise, separadamente, de cada teste. A análise clássica dos itens de uma prova baseia-se em seus parâmetros descritivos, que auxiliam na interpretação das respostas para cada alternativa. Os parâmetros psicométricos utilizados na análise de uma prova são o índice de dificuldade, correspondendo a porcentagem da população que respondeu corretamente ao item; a discriminação, que mede a capacidade do item de diferenciar os participantes de maior habilidade daqueles de menor habilidade e cuja análise estatística ocorre através da criação de grupos-critérios ou da correlação de cada item com o escore total observado, e a confiabilidade, que mede a consistência interna e a precisão de um teste. Uma estimativa usual da confiabilidade é dada pelo estimador alpha de Cronbach que, no caso em que todos os itens são de múltipla escolha, reduz-se a fórmula 20 de Kuder-Richardson. O objetivo aqui é analisar, com a ajuda do software estatístico livre R, as notas de uma prova de uma disciplina de estatística, oferecida no primeiro semestre letivo de 2016 pela Universidade Federal de Viçosa, utilizando a TCT. Com isto, discute-se os parâmetros psicométricos descritivos da prova e, consequentemente, a necessidade, ou não, da remoção ou aperfeiçoamento de algum item da prova. Também discute-se aqui, as limitações dessa teoria bem como suas pressuposições, justificando o surgimento da TRI na década de 50, a qual constitui-se como uma alternativa à teoria clássica. |